Conab ainda não prevê estragos na safra gaúcha

Estudo divulgado ontem aponta queda de apenas 7% na produção de arroz
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Embora o terceiro levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para a safra de grãos 2009/2010 tenha sido feito entre 16 a 20 de novembro, a pesquisa não leva em consideração os estragos produzidos pelos temporais que atingiram o Estado. Com dados considerados defasados por alguns representantes do setor, o estudo mantém a expectativa de crescimento para a colheita, estimada em 22,89 milhões de toneladas.

Mesmo apontando uma queda de 7% na produção do arroz gaúcho para a próxima safra, a perda apresentada pelo levantamento da Conab é inferior aos prejuízos já verificados pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). Segundo o presidente do Irga, Maurício Fischer, pelo menos 1 milhão de toneladas da cultura devem deixar de ser colhidas. No estudo da companhia, ainda estão em risco 562 mil toneladas do grão.

– Não verificamos as consequências das chuvas torrenciais. Porém, temos a percepção de que, se persistirem chuvas acima do normal, poderemos ter quebras, embora não tenhamos condições de apontar índices – diz o gerente de desenvolvimento e suporte estratégico da Conab-RS, Ernesto Irgang.

Depois de apresentar a primeira projeção de quebra na produção gaúcha a ser colhida no próximo ano, estimada em 18%, o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Carlos Sperotto, reafirmou a previsão de uma safra de 18,5 milhões de toneladas e espera observar os sinais dos prejuízos acarretados pelos temporais no próximo levantamento da Conab:

– A pesquisa carece de fidelidade ao momento que estamos vivendo. Está identificada com dados antigos.

Mantendo uma postura mais cautelosa, a Secretaria Estadual da Agricultura e a Federação das Cooperativas Agropecuárias do Rio Grande do Sul (Fecoagro-RS) preferem não indicar projeções, alegando que ainda é muito cedo para contabilizar os danos das chuvas.

– Prefiro não apostar em nenhuma das previsões (tanto da Conab quanto da Farsul), mas mantenho uma expectativa positiva para a colheita – reforça o secretário da Agricultura, João Carlos Machado.

A onda otimista da Conab é puxada, principalmente pela soja, cuja previsão de produção é de 8,42 milhões de toneladas, 6,4% superior à colheita passada. Na mesma linha de incremento está o milho, com 4,78 milhões, crescimento de 12,6%.

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