Conab espera safra de arroz 4% maior em 2012/13

 Conab espera safra de arroz 4% maior em 2012/13

Colheita maior, mas ainda menor do que a demanda nacional

Estimativa é de uma produção nacional em 12,06 milhões de toneladas. Mas, o estoque de passagem será o menor em cinco anos e deverá manter-se assim também em 2014.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou nesta quarta-feira o seu quarto levantamento da safra de grãos 2012/13, com previsão de um aumento produtivo de 4% sobre a temporada anterior. Segundo o relatório, o Brasil deverá alcançar uma produção de 12,062 milhões de toneladas do cereal, ou 463 mil toneladas a mais do que as 11,599 milhões/t colhidas em 2011/12. No levantamento anterior, a Conab já previa ligeira evolução em 11,928 milhões de toneladas.

Pelo levantamento, a área plantada com o grão no ciclo 2012/13 deverá alcançar 2,420 milhões de hectares, com leve redução (6 mil hectares) sobre os 2,426 milhões de hectares semeados na temporada anterior. A evolução, portanto, está concentrada na produtividade das lavouras, que é estimada em 4.984 quilos por hectare. O avanço será de 4,3% sobre os 4.780 quilos de média obtidos pelos arrozeiros nacionais em 2011/12.

ESTADOS
A maior influência sobre os números nacionais está na previsão da Conab para a safra gaúcha. O Rio Grande do Sul é o maior produtor de arroz do Brasil e, segundo o relatório, deverá alcançar uma safra de 8,03 milhões de toneladas, com avanço de 3,7% sobre o volume total colhido no ciclo 2011/12. Para a Conab, o Rio Grande do Sul semeou 1,066 milhão de hectares, ou 1,3% a mais do que os 1,053 milhão/ha da temporada passada. O rendimento esperado é de 7.525 quilos por hectare, ou 175 quilos a mais do que os 7.350 kg/ha colhidos em 2011/12. A evolução da área semeada no Rio Grande do Sul se deve, basicamente, à recomposição dos mananciais hídricos em setembro e outubro, o que permitiu aos produtores ampliar a área cultivada. Até o início de setembro, a estiagem levava o setor a projetar uma redução de área superior a 10%.

Para Santa Catarina, a Conab estima relativa estabilidade, com imperceptíveis 0,1% de queda na produção estadual. O estado é o segundo principal produtor de arroz do Brasil e deve alcançar produção de 1,076 milhão de toneladas. A leve redução de área está associada à baixa remuneração do arroz naquele estado em boa parte do ano. A estimativa é de que Santa Catarina semeou os mesmos 150,1 mil hectares de arroz, mas a produtividade cairá 0,2% (11kg) para 7.169 quilos por hectare.

Enquanto isso, o Maranhão consolida sua terceira posição como grande produtor nacional, devendo colher 685,4 mil toneladas do cereal, com um aumento de 46,5% sobre as 467,7 mil toneladas colhidas em 2011/12. O clima e a falta de sementes para pequenos produtores afetaram a safra maranhense na temporada passada. O uso de mais tecnologias e a ampliação das áreas irrigadas deve reforçar a produção estadual no ciclo em andamento. A área vai crescer 1,2%, de 426 para 431,1 mil hectares. Mas, a produtividade passará de 1.098 quilos por hectare para 1.590 kg/ha, num salto de 44,8%.

Já o Mato Grosso, mesmo aumentando sua produção, perderá de vez sua condição de terceiro maior produtor, passando a ocupar o quarto lugar. A área vai aumentar em 5,4%, de 143,4 para 151,1 mil hectares. A produtividade, porém, deverá cair 3,6% de 3.217 para 3.100 quilos por hectare. A produção subirá 1,5%, de 461,3 mil toneladas para 468,3 mil/t. O ligeiro aumento produtivo se deve ao fato dos preços no Mato Grosso terem alcançado até R$ 62,00 por saca de 60 quilos no segundo semestre, chegando a competir com a valorização da soja e do milho.

ESTOQUES
Com todas estas alterações, a Conab espera que o Brasil finalize a temporada 2011/12 com um estoque de passagem, em 28 de fevereiro de 2013, de 1,67 milhão de toneladas, o menor em cinco anos. E prevê um enxugamento ainda maior para fevereiro de 2014: 1,431 milhão de toneladas. A Companhia alterou os números de importação e exportação, ajustando à realidade atual. Agora, prevê a exportação de 1,3 milhão de toneladas e a importação de 900 mil. Para 2013/14, prevê leve queda nas vendas externas, em 1,1 milhão/t e a importação estável em 900 mil toneladas.

O consumo está mantido em 12,1 milhão de toneladas, mas o suprimento para a próxima safra, graças à redução dos estoques em função das exportações, reduzirá 430 mil toneladas. Se em 2012/13 o suprimento nacional foi o mais baixo dos últimos seis anos, com 15,07 milhões de toneladas, a oferta total de grão em 2013/14 baixará para 14,63 milhões de toneladas. O que poderá garantir um preço médio similar ao de 2012 aos produtores. A safra maior, no entanto, deverá gerar maior pressão sobre os valores no primeiro semestre.

13 Comentários

  • Com essa chuvarada e frio da semana passada podem ir revisando as previsões!!!

  • Previsões para cima o Sr. quer dizer, porque com este calor e com esta chuva a nossa lavoura vai ter produção acima do esperado. Sds. Ricardo

  • Não se estressem colegas! dentro de alguns dias, em fevereiro, algumas regiões começam a colher e então veremos a verdade como ela é. Sempre haverão aqueles que tentarão dizer que haverá quebra (e na fronteira oeste isso pode ser verdade), e outros que induzirão que não haverá (em outras regiões isso poderá ser a realidade). Sempre foi assim e sempre será, mas a verdade aparecerá assim que as primeiras colheitadeiras entrarem nas lavouras.

  • Concordo com Evandro e com Walter. Na nossa fronteira oeste não tem como esperar por altas produções , devido aos fatores energéticos e por ultimo o climático. As Colhetadeiras irão confirmar o que estamos falando.

  • Em minha região as lavoras tendem a ter produtividade média abaixo do esperado por conta da falta de chuvas até poucos dias atraz , isso é fato. E ainda pareçe não ser somente nosso caso. Os noticiários confirmam pouca precipitação no cento-oeste e nordeste do Brasil tanto que estão mostrando barragens em níveis abaixo do normal. Será que uma boa parte das lavouras de arroz de sequeiro foram afetadas?

  • Vai ter quebra grande sim senhor… Acessem o site http://www.diariodesantamaria.com.br e olhem a reportagem que fala sobre as cheias na região central e fronteira-oeste principalmente naquelas que são atingidas pelo Rio Ibicui, lembrando sempre que o Rio Uruguai também tem enchente e está calçando ele… Eu não estou inventando ou aumentando… Por isso transcrevo um trecho da reportagem que foi veiculada hoje 10/01/2013: “Agricultores que têm propriedades às margens do Rio Ibicuí estão com sérios problemas nas plantações de arroz e soja. Propriedades em São Pedro do Sul, Dilermando de Aguiar e Santa Maria, na Região Central, foram invadidas pela água do rio, que está assoreado e encheu com as chuvas de dezembro e janeiro. Os produtores já calculam o prejuízo causado pela enchente.

    Os agricultores de toda a região da bacia do Ibicuí, que vai até a Fronteira Oeste, estão reunidos em um comitê que luta pelo desassoreamento d
    o rio, junto ao Estado, União e prefeituras. A intenção do grupo é pressionar diferentes esferas do governo pela recuperação do rio. Veja mais informações na edição impressa do Diário de Santa Maria desta sexta-feira.

  • Precisamos reduzir a área plantada (usando rotação de cultura com soja) e AUMENTAR A PRODUTIVIDADE, investir em armazenagem e em capacitação gerencial. AINDA BEM QUE JÁ DOMINAMOS A TECNOLOGIA DE PRODUÇÃO. Continuemos na luta!

  • Recebo com muita tristeza a notícia de que a fronteira oeste está com problemas pluviométricos e hidrícos com relação às chuvas fora de hora e assoreamento do Rio Ibicui. Além do fato de comercializar uma marca da região, uma notícia dessa preocupa também, pela importância da região na produção de arroz.
    Iniciei minha participação nesse forum a pouco, afim de obter mais informações sobre o setor e, confesso; aqui li muita coisa que me fez aprender, aqui li muita coisa que fora desmentido posteriormente.
    Sei que é difícil dar um diagnóstico preciso de uma atividade antes de sua colheita, mas vejo muitas especulações… e eu que não planto nem colho, tenho que obter as informações necessárias, por vezes de outras muitas fontes.
    Com o preço mínimo do grão estável a 7 anos ( R$ 25,78 ), baixo estoque de passagem e “possíveis” perdas na produção, qual será o preço do arroz na plena safra?
    Eu não planto e não colho, e meu chute é R$ 28,00 o preço do arroz em março/abril/maio.
    Me corrijam caso esteja falando muita besteira!

  • Adendo: Sabendo que o preço mínimo não serve como parâmetro, por se tratar de número fictício. Já que em se tratando de arroz, não existe preço mínimo, existe preço máximo, ou seja, quando se vende arroz a R$19 reais como em safras anteriores, não houve interferência, mas quando passou de R$ 37 a saca de 50 Kg numa média no RS a interferência veio…

  • Felipe- prever o preço de alguma coisa e acertar é mais ou menos como jogar no bixo; na verdade, o mercado é que vai determinar o preço, mas o que dá para fazer é analisar toda a conjuntura, o que esse e outros sites expressam. O MAPA suspendeu os leilóes, a CONAB tem um monte de arroz ainda de boa e má qualidade, o MERCOSUL não recebeu os ajustes que necessita e principalmente nós produtores, dentro de nossas associações e sindicatos rurais e cooperativas temos que fazer a nossa parte: estoque à nível de propriedade, diversificação de produtos e atividdades, BUSCANDO ao longo dos próximos anos o principal, que é a capitalização, ou seja, o poder de mandar no seu negócio. Arrisco dizer que o arroz não baixa de R$ 30,00 e 35,00.

  • Obrigado pela atenção Juarez!!
    Sei que o trabalho de ninguém aqui é ser mãe Dinah, advinhando os preços do arroz futuramente, mas com tanta nóticia diversa, fica diícil traçar um norte. Custo a crer que o cereal estabilize nos R$ 30 – 35 em plena safra, devido às ações do governo em plena entressafra puxando o preço pra baixo, quem garante que não o fará na safra caso o preço não chegue à contento do Ministério da Agricultura. O Fato é que hoje muita marca conceituada está baseando seu beneficiado a um casca de R$ 31 – 32, acredito que devido aos leilões da Conab. Pois bem, se na entressafra estamos a 31/32/33, como o governo deixará os R$ 30,00 em questão na safra. Quais mecanismos o governo pode recorrer se caso queira baixar o preço na safra 2013? Leilões? Abrir as portas do Mercosul? Teria ele êxito se quisesse baixar o mercado na safra?
    Obrigado mais uma vez pela atenção!

  • Sr. Felipe… Qual o seu interesse em que o arroz baixe de R$ 30 na safra??? Se o custo está em R$ 33 a 35… O Sr. quer que o produtor tenha prejuízo??? Não parou de entrar arroz do Mercosul o ano inteiro… Nem mesmo assim os preços cairam… Os preços cairam em relação a outubro porque houve a grande oferta para pagar os custeios que haviam sido prorrogados em parcela única, securitização, importações e leilões… Vários são os fatores que estão interferindo nos preços de agora, além é claro da chegada da safra… As importações sozinhas não derrubam mais os preços como antigamente… Primeiro porque o arroz de fora não é da mesma qualidade que o nacional… Segundo porque com o dólar a R$ 2,10 e os custos de importação a aquisição no mercado externo encareceu já que a produção na Ásia vem sofrendo baques constantes e o mercado Chinês está se expandindo cada vez mais… O governo a partir de agora dificilmente interfere no mercado porque a tendência natural é de que os preços caem em função do chamado arroz a depósito… Poucos produtores tem silos e estrutura para armazenar 100% da sua safra… São poucos que detém essa condição e a indústria sabe disso por isso tratou logo de fazer estoque até a entrada da próxima safra… Ocorre que a produtividade talvez não será aquela esperada e isso interfere já no primeiro semestre para cima… enchentes, frios fora de época, EGFs, AGFs, venda de soja e gado na colheita interferem na formação dos preços… De ruim para o produtor é a concorrência do arroz novo do Mercosul… Como se consome 1 a 1,2 milhões de toneladas mês no Brasil e a produção ficará na casa dos 7 a 8 milhões no RS a expectativa é de que o mercado fique tumultuado para os produtores até junho/julho/agosto… Talvez tenhamos leilões mais cedo esse ano… Tudo irá depender dos estoques finais… Mas isso são meras expectativas e como foi bem mencionado acima… Vai depender do que as colheitadeiras nos mostrarem durante a safra…

  • Caro Flavio Schmidt, não é de meu interesse que o arroz seja comercializado abaixo de um nível de custo. Meu receio, não é minha conduta!
    Ou seja, relatar erros como intervir em plena entresafra baixando de 38 à 31-32 meu a leilões, não significa que eu compactuo com tal prática.
    O justo seria um setor organizado, um país mais sério, um consumidor mais adaptado a nova realidade da economia…
    Volto a repetir, não planto, não sei dos reais meandros que entornam esse caldo, e por mim, quanto mais o setor puder se capitalizar, e independer dos governos populistas e oscilantes, melhor. Penso da msm maneira expressa, se o custo é 33 o preço tem que partir de 35. Mas defendo tb uma transparência maior qt a custos, e um cuidado mais especial com relação a area plantada.
    Espero msm que as previsões de 29-30-35 reais a saca seja real.

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