Conab fecha os números da safra passada

 Conab fecha os números da safra passada

Colheita menor ainda não refletiu em preços maiores

Números finais apresentam uma redução de quase 1,4 milhão de toneladas em produção.

A produção nacional de arroz tem sua maior concentração na Região Sul, responsável por 82% da oferta nacional. A estimativa para esta safra foi de uma produção de 10,4 milhões de toneladas, 13,4% menor que na safra passada, quando foram alcançados 12,064 milhões de toneladas.

Nas últimas dez safras houve forte redução no plantio, sobretudo em áreas de sequeiro. Para esta safra, a área foi estimada em 1,697 milhão de hectares, 13,9% menor que os 1,972 milhão de hectares da última safra. Apesar da redução da área nos últimos anos, a produção não sofreu grandes variações, pois o rizicultor nacional tem investido em tecnologias que permitem um maior rendimento da área, incrementando a produtividade com a utilização de um melhor pacote tecnológico.

A produtividade média do arroz irrigado foi menor que na safra passada, principalmente, porque nos dois maiores estados produtores houve problemas climáticos, como o grande volume de chuvas no Rio Grande do Sul, em janeiro, alagando lavouras e influenciando na luminosidade, e o excesso de calor em Santa Catarina, causando abortamento das flores. Mas, com avanço no arroz de terras altas, a produtividade nacional crescendo, de 6.118 para 6.157 quilos por hectare, ou 0,6% maior.

Neste levantamento, foi consolidado o volume de 10,4 milhões de toneladas de arroz e, em conjunto com os reduzidos estoques de passagem, identifica-se no Brasil um cenário de oferta restrita. Para o final da comercialização da safra 2018/19, estima-se um estoque final de 421,1 mil toneladas. Ressalta-se, todavia, que a significativa redução do consumo nacional, que atualmente está projetado em 10,8 milhões de toneladas, e as importações advindas dos parceiros do Mercosul afastem a possibilidade de desabastecimento do grão no país.

Mais especificadamente sobre a balança comercial do grão, em julho o Brasil importou 116 mil toneladas, sendo 72,2 mil toneladas provenientes do Paraguai, com um preço médio de comercialização do arroz beneficiado polido de US$ 333,59 a tonelada. No mesmo mês, o país exportou um montante de 104,2 mil toneladas a um preço médio de US$ 501,04 a tonelada.

No acumulado da comercialização da safra 2018/19, de março de 2019 até julho de 2019, observa-se um superavit de 100,1 mil toneladas, todavia, com a escassez de oferta nacional e a expectativa de reversão cambial, projeta-se um ameno deficit de 100 mil toneladas até o encerramento da comercialização da atual safra.

Somando o estoque inicial de 671,8 mil toneladas, a produção de 10,449 milhões de toneladas, com a estimativa de importação de 1,1 milhão de toneladas, o Brasil soma um suprimento de 12,221 milhões de toneladas na atual temporada. Deste valor devem ser descontados o consumo de 10,8 milhões de toneladas e a exportação de mais 1 milhão de toneladas, o que configura a projeção de um estoque de passagem de 421 mil toneladas de arroz em casca no dia 29 de fevereiro de 2020.

Entre as novidades do atual levantamento, podem ser apontadas a projeção de uma queda de 439 mil toneladas, isto é maior do que o estoque final previsto para esta temporada, no consumo de arroz do país, de 11,239 milhões para 10,8 milhões de toneladas. Além disso, a Conab aumentou a estimativa de exportações em 100 mil toneladas, para 1 milhão de toneladas, e reduziu a importação prevista de 1,2 milhão para 1,1 milhão de toneladas.

No ajuste dos números, aumentou 20 mil toneladas na produção, mas o suprimento encolheu cerca de 180 mil toneladas frente à projeção do início de agosto e 1,3 milhão de toneladas a menos frente à temporada passada.

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