Conab mostra aposta de produtor em alimentos básicos
Enquanto as estimativas de área plantada e produção com milho, soja e algodão mostram redução, lavouras de produtos básicos, como arroz, feijão e trigo mostram crescimento.
A atual safra de grãos deve confirmar a opção dos agricultores pela produção de alimentos básicos, de acordo com o segundo levantamento do ciclo 2008/09, divulgado pela Conab nesta quinta-feira. Enquanto as estimativas de área plantada e produção com milho, soja e algodão mostram redução, lavouras de produtos básicos, como arroz, feijão e trigo mostram crescimento.
Segundo a Conab, o crescimento das lavouras de arroz, feijão e trigo vai levar o país a cultivar entre 47,34 milhões e 47,95 milhões de hectares. Se confirmado o intervalo superior, o aumento será de 1,2% em relação ao período anterior.
A produção total, contudo, deve cair até 2,9%. A previsão ficou entre 139,66 e 141,83 milhões de toneladas, o que é 2,9% a 1,4% menor que a projeção de outubro. Segundo o presidente da Conab, Wagner Rossi, apesar dessa redução, a safra atual será marcada pela manutenção de índices, e até expansão dos alimentos básicos, como arroz e feijão, quando comparada a anos anteriores.
– As políticas de apoio ao mercado adotadas pelo governo e a definição dos produtores por esses grãos foram decisivas para garantirmos estoques suficientes ao longo deste ano – explica.
O trigo terá crescimento de 49,6%, atingindo 5,72 milhões de toneladas. Na época do plantio, os preços de mercado acima do custo de produção e a elevação do valor mínimo de garantia do governo federal incentivaram os triticultores a aumentar em 31,4% a área plantada, sobretudo na região Sul, principal pólo produtor.
A produção de arroz também deve aumentar de 1,7% a 3,5%, ficando entre 12,27 e 12,48 milhões de toneladas. O motivo está na expectativa dos bons preços no mercado e na ocorrência de chuvas durante o plantio no Sul do país. Com cerca de 50% da área destinada ao cereal já plantada no Rio Grande do Sul, as lavouras podem ocupar até 48,3 mil hectares a mais que na safra passada em todo o país.
Para o mercado de feijão, a estatal prevê uma colheita entre 3,59 e 3,64 milhões de toneladas. Isso vai garantir ao Brasil uma quantidade de 71,5 mil a 113,3 mil t a mais do grão. A boa rentabilidade da leguminosa fez com que o feijão primeira safra, semeado de agosto a dezembro, tivesse crescimento de área em todos os estados produtores.
Nas duas principais regiões produtoras de soja, a colheita terá comportamentos opostos. No Sul deve crescer de 2,4% a 3,4%, ficando entre 21,12 e 21,33 milhões de toneladas. Já no Centro-Oeste a produção da oleaginosa será de 5,6% a 3,8% menor que a anterior, ficando entre 27,49 e 28,02 milhões de toneladas. A colheita total está estimada entre 58,39 e 59,32 milhões de toneladas. No caso do milho, a Conab aponta uma produção entre 54,32 e 55,21 milhões de toneladas, ou 7,3% a 5,8% menor que as 58,62 milhões de toneladas do período anterior.
Para realizar a pesquisa, a Conab consultou produtores rurais, cooperativas, secretarias de agricultura, agentes financeiros e órgãos públicos e privados de assistência técnica. O levantamento apurou informações das culturas de inverno (aveia, centeio, cevada, trigo e triticale), amendoim, feijão e milho (primeira safra), além de algodão, arroz e soja.