Conab prevê queda de pelo menos 2,7% na produção de arroz em 2015/16

 Conab prevê queda de pelo menos 2,7% na produção de arroz em 2015/16

Chuvas estão atrapalhando semeadura no Sul do Brasil

Temporada também apresentará reduções na área plantada, em pelo menos 1%, e na produtividade, em 1,6% segundo primeiro levantamento de intenção de plantio.

Nesta sexta-feira (9/10) a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou o primeiro levantamento de intenção de plantio da safra de verão 2015/16.

A perspectiva de produção para a safra de arroz não apresentou grandes novidades e confirmou a tendência de queda que já era indicada pela cadeia produtiva desde o final do ano passado por causa da elevação dos custos e a previsão do fenômeno climático El Niño, além dos baixos preços realizados no primeiro semestre de 2015.

Segundo o levantamento, as análises iniciais dos números da cultura do arroz da safra 2015/16 indicam uma leve redução dos índices pesquisados. A área plantada terá uma redução entre 1% e 3,2% em relação à safra passada.

Essa tendência fica evidenciada em quase todos os estados produtores. Na produtividade a redução prevista será de 1,6% na média nacional, estimada em 5.335 kg/ha, com variações positivas ou negativas nos estados, a ser conferida no decorrer da safra.

A mesma tendência pode ser verificada na estimativa de produção, onde os números nacionais apontam para uma queda entre 2,7% e 4,8%, ficando entre 11,9 e 12,1 milhões de toneladas.

No Rio Grande do Sul, maior estado produtor do cereal que na safra 2014/15 representou quase 70% da produção brasileira, há indicativo de redução da área plantada e nas produtividades, que por consequência, afetam a produção total.

A área plantada deverá ficar entre 1,08 e 1,09 milhão de hectares, ante os 1,12 milhão de hectares da safra passada. Com uma produtividade média esperada de 7.466 kg/ha, a produção total deverá ficar entre 8,07 e 8,21 milhões de toneladas, 6,4% ou 4,8% menor que a safra 2014/15.

A previsão de chuvas em excesso no momento de implantação da safra pode alterar os números de área, porém é sabido que em anos onde não há falta de água as produtividades daquele estado são excelentes, haja vista a profissionalização do orizicultor e a tecnificação das lavouras. A semeadura já iniciou em todas as regiões produtoras.

A grande preocupação dos produtores está relacionada com os prognósticos climáticos que prevêem grandes volumes de chuva para os próximos meses, o que tem feito com que os produtores não implantem as lavouras nas cotas mais baixas e nas margens dos rios. A região que avançou mais na área semeada foi a Fronteira Oeste, alcançando 30% da área prevista.

As avaliações iniciais em Santa Catarina indicam que o clima para o plantio da nova safra tem sido favorável. Com o inverno menos frio os produtores anteciparam a semeadura do arroz.

Na semana anterior ao levantamento ocorreram chuvas acima da média no estado, com isso os reservatórios de água estão cheios, bem como os rios que fornecem água para irrigação, estão com volume adequado para o início da safra.

A oferta de crédito e de insumos para o plantio está dentro da normalidade e indica uma lavoura com alto nível de aporte tecnológico. Há regiões onde 45% da área prevista para plantio já foi semeada.

Nas regiões do Vale do Rio Itajaí e Litoral Norte a semeadura começou no final de junho, enquanto que na região Sul o plantio foi a partir de setembro. Os produtores estão otimistas quanto à nova safra, especialmente divido aos preços praticados no mercado do arroz, que estão acima dos preços mínimos.

A área plantada em Santa Catarina na nova safra ficará estável, entre 147,6 e 150 mil hectares, ou seja, variando entre uma redução de 0,2% e aumento de 1,4%. Com produtividade média de 7.400 kg/ha, 3,5% maior do que a safra anterior, a produção total ficará entre 3,3% a 5% maior do que a safra 2014/15, variando entre 1,09 e 1,11 mil toneladas.

No Paraná o cultivo do arroz ocorre em dois tipos de manejo: irrigado e sequeiro. A área plantada de sequeiro foi de 8.838 hectares e a irrigada de 19.215 hectares, registrando recuo em relação à safra passada de 19% na de sequeiro e aumento de 3% na irrigada.

No geral, houve redução de 8,4% na área plantada de arroz no Paraná que, compensado pelo aumento de 11,7% na produtividade, a produção total chegou a 162,7 mil toneladas.

No Paraná há uma tendência de aumento da área de arroz irrigado e diminuição da área de arroz de sequeiro, pois na safra 2014/15 foram 7.781 hectares de arroz de sequeiro e 19.394 hectares de arroz irrigado.

Na safra 2015/16 serão 7.087 hectares de arroz de sequeiro e 19.638 hectares de arroz irrigado. Isso representa recuo de 9% na área de sequeiro e aumento de 1% na área de arroz irrigado.

Esse fenômeno está afetando os índices de produtividade que aumentam ano após ano. Na safra que se inicia a previsão é que a produtividade média seja de 5.833 kg/ha. O plantio já foi iniciado em ambos os tipos de manejo, atingindo 5% nas lavouras de sequeiro e 39% nas lavouras irrigadas.

Na Região Norte os dados indicam que a safra de arroz ficará com área estável ou com uma leve queda, variando entre 251,9 a 263,7 mil hectares. Com uma produtividade estimada em 3.836 kg/ha, a produção total da região ficará entre 961,7 a 1.016,1 mil toneladas.

Dos estados da região, Rondônia apresenta números que indicam o aumento da área plantada entre 1% e 5%. No Tocantins, ao contrário de Rondônia, há indicativo de redução de área. No Amazonas o arroz é cultivado em dois modelos: plantio na várzea ou em terra firme.

A produtividade estimada é de 2.210 kg/ha, 1% superior à safra anterior. No município de Apuí a produtividade é maior do que a média estadual, pois o nível tecnológico adotado, as características de solo e clima são mais favoráveis que as demais regiões do estado.

Segundo informações do Instituto de Desenvolvimento da Amazônia (IDAM), até a presente data só foram distribuídas 5.800 quilos de sementes de arroz, e apenas dois municípios (Fonte Boa e Parintins) receberam 78% deste quantitativo.

Essas sementes são remanescentes da aquisição da safra anterior que, embora estivessem acondicionadas em câmeras frias apropriadas para estocagem de sementes, podem ter seu poder germinativo prejudicado e afetar a produtividade das lavouras.

A redução de área também é identificada no Nordeste, onde a produção é historicamente pouco significativa. A baixa competitividade frente ao arroz vindo de outros estados produtores, o alto custo de implantação da lavoura, a necessidade de condições hídricas favoráveis para atingir-se bons índices de produtividade que compensem o investimento, reduzem as áreas com o cereal.

No Maranhão, maior produtor da Região Nordeste, a área plantada reduzirá entre 1% e 4%, entre 335,8 e 346,3 mil hectares. Porém as expectativas indicam aumento de produtividade, chegando a 1.453 kg/ha.

Em Alagoas as informações obtidas indicam que nas áreas irrigadas dos municípios de Igreja Nova e Porto Real do Colégio contribuem em cerca de 80% da produção do estado. Devido à falta de projetos de ampliação dos perímetros irrigados, a área de cultivo permanece a mesma em relação às safras anteriores.

A boa notícia é a utilização de sementes selecionadas que vêm mantendo uma boa produtividade, com expectativa de se aumentar em 4,7%, chegando a 5.987 kg/ha.

Na Região Centro-Oeste haverá redução na área e na produtividade. Historicamente, no Mato Grosso a lavoura de arroz é utilizada para abertura de áreas novas, o que vem reduzindo ano a ano.

A produtividade deverá se manter nos patamares da safra passada, com uma leve queda de 0,9%, ficando em 3.549 kg/ha, com uma leve queda de 1,5% no Mato Grosso e um leve aumento de 0,6% no Mato Grosso do Sul. No geral, a produção total da região ficará entre 794,8 e 815,9 mil toneladas.

No Mato Grosso do Sul a cultura está em fase de implantação na maioria dos municípios produtores e, em alguns casos, a semeadura está finalizada.

No município de Miranda houve necessidade de replantio em algumas áreas em função da baixa germinação das sementes utilizadas, fato que pode ser resultante da utilização de sementes caseiras, utilizadas em boa parte da área cultivada e estimada em torno de 40% do total plantado. Espera-se que a produção de arroz na Região Sudeste fique em 6,5% maior, quando comparada com a safra passada, chegando a 81,6 mil toneladas.

Da mesma forma espera-se aumento na produtividade das lavouras de: Minas Gerais 14,3%, Espírito Santo 25,4%, Rio de Janeiro 45,3% e São Paulo 1,5%. Na primeira estimativa do arroz em Minas Gerais foi mantida a área de 12 mil hectares cultivados na safra 2014/15.

Essa estimativa poderá sofrer ajuste nos próximos levantamentos, pois o plantio ocorre, normalmente, entre outubro e dezembro. Considerando a recuperação da produtividade, prejudicada pela estiagem da última safra, o volume de produção poderá chegar a 25 mil toneladas.

8 Comentários

  • Ano de el niño e esta queda? Parabéns a CONAB , gostaria só de saber o que fazer para colher só isso a menos aqui em casa, só posso começa a planta daqui a no mínimo 10 dias e a área que falta fazer vai a dezembro , estes técnicos da CONAB são bons hein …

  • POIÉ SEO DIEGO ELES MERECEM O PREMIO NOBEL. NO EL NINO DE 97/98 EM DEZ HECTARES DE VARZEA BAIXA, DE TODA LAVOURA CONSEGUI COLHER VINTE SACAS DE ARROZ, TALVEZ ELES TENHAM A FORMULA SECRETA DE TRANFORMAR 99% DE PERDAS EM 1%, REALMENTE ESTÃO DE PARABENS PELA CONFIANCA QUE NOS TRANMITEM.SDS.

  • Esse pessoal da CONAB deveria participar de algum programa humorístico em canais de TV ou rádio, pois dizem cada coisa mais engraçada: redução de 1 % em área e 1,6 % em produtividade, viraram piadistas não é mesmo ?
    Depois de nos F…d…rem com os leilôes, sem a mínima consideração, vem agora prematuramente com as maiores idiotices em termos de previsões, mas entende-se, a INDÚSTRIA gosta desse tipo de ” notícia ,” pois todo o ano, é ano de super safra para a CONAB e o IRGA, não importando as adversidades enfrentadas pelos produtores. Palmas para eles.

  • RS e SC têm 77-78% da produção.
    Têm IRGA, FARSUL, FEDERARROZ, FEARROZ com técnicos que “sabem tudo”.
    RS tem o presidente da Câmara Nacional da Cadeia Produtiva do Arroz.
    RS e SC com altos índices de produtividades de arroz de alta qualidade.

    Porque será que não conseguimos melhorar os resultados: incompetência ou má fé??????????????????????????????????????????????????????????????

  • Nossa região esta com cerca de 15% da área semeada, com tendência à ocorrerem chuvas intensas ainda este mês, com certeza teremos atraso na semeadura não só do arroz, mas também na cultura da soja, isso deverá refletir consideravelmente na produtividade, ano complicado no preparo de solo, semeadura, estabelecimento, tratos culturais, controle de plantas daninhas, deveremos ter grande pressão de doenças….Qual será o resultado????

  • Senhor Diego com todo o respeito, se sua atividade não está dando lucro por diversos fatores inerentes à mesma, o senhor deveria mudar de atividade e procurar uma que lhe dê o retorno esperado, como por exemplo plantar soja que vc mesmo gosta de comentar.

  • é Sr. Alexandre, a maioria dos produtores ficam mandando plantar soja, falando que arroz nao da, mas chega na hora do plantio, e plantam de novo, o Sr. Schimidt bate bastante nesta tecla, mais a maioria dos produtores nao gosta, ai a industria vira a culpada por ter bastante arroz, vira a culpada por os produtores gauchos serem eficientes, e assim vai, esse ano o arroz subiu bem na epoca de decidir o plantio, então esta facil de entender que ano que vem teremos no minimo a mesma quantia ( se nao tivermos problemas climaticos), paraguai aumentando a area, argentinos produzindo bem tambem, mandamos pouco arroz para fora.! bom tudo esse resto todos ja sabem, ou quase todos….

  • Seu João Indústria, a soja na várzea é uma realidade irreversível, e tem avançado nas áreas arrozeiras nos últimos 5 anos com uma velocidade no RGS que o sr. nem imagina.
    Já existe uma redução na área de arroz não detectada pela CONAB e IRGA, por que estes órgãos governamentais não colocam seus técnicos a campo para verificarem ” in loco ” este processo de substituição de culturas.
    A indústria muito em breve começará a sentir os efeitos desta nova realidade, pois estamos em época de mudanças e ajustes e o tempo das ” vacas magras ” para os produtores está em fim de ciclo.
    Não vou nem falar em EXPORTAÇÃO, pois este assunto está tirando o sono de alguns INDUSTRIAIS.

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