Conab prevê safra de arroz entre 11,5 e 12 milhões de toneladas

 Conab prevê safra de arroz entre 11,5 e 12 milhões de toneladas

No Norte Catarinense as lavouras já foram implantadas cedo

Temporada 2016/17 deve ser favorecida pelo clima e recuperação de área no Sul do Brasil .

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou agora pela manhã o primeiro relatório de intenção de plantio da safra 2016/17 no Brasil. As informações sobre a cultura arrozeira não surpreendem e, inclusive, já haviam sido antecipadas em nossos informativos anteriores com a expectativa de recuperação de área e, principalmente, produtividade no Sul do Brasil e outros estados importantes de produção rizícola.

Diz a análise:

As primeiras análises dos números da cultura do arroz, da safra 2016/17 indicam um incremento da área plantada de 4% em relação à safra passada. Na produtividade o aumento previsto será de 9,4% na média nacional, estimada em 5.777 kg/ha, com variações positivas ou negativas nos estados, a ser conferida no decorrer da safra. A mesma tendência pode ser verificada na estimativa de produção, onde os números nacionais apontam para incremento entre 9,3% e 13,8%, ficando entre 11,5 e 12 milhões de toneladas.

No Rio Grande do Sul, maior estado produtor do cereal, que na safra 2015/16 representou quase 86,6% da produção brasileira, há indicativo de incremento da área plantada e nas produtividades. A área plantada deverá ficar entre 1.100,7 e 1.150,2 mil hectares, ante aos 1.076 mil hectares da safra passada. Com uma produtividade média esperada de 7.503 kg/ha, a produção total deverá ficar entre 8.258,6 e 8.630 mil toneladas, 12,3% ou 17,3% maior que a safra 2015/16.

Os prognósticos de clima favorável à cultura e a boa disponibilidade de água em todas as regiões justificam a possibilidade deste aumento, que só não será maior em razão das dificuldades de acesso ao crédito e aos elevados custos de produção. Até agora apenas 3% da área foi semeada, sendo a Fronteira Oeste a mais adiantada, com cerca de 8% já semeadas. Áreas das Planícies Costeiras Interna e Externa ainda não iniciaram a semeadura, enquanto na Zona Sul, Campanha e Depressão Central as operações já iniciaram, devendo se intensificar nas próximas semanas, aproveitando as condições climáticas favoráveis previstas.

 Ainda não é possível precisar o percentual de área que cada um dos sistemas de cultivo que será empregado. Entretanto, devido às condições favoráveis determinadas pelo inverno de pouca chuva, estima-se que cerca de 65% da área foi preparada antecipadamente, indicando o amplo predomínio do sistema de cultivo mínimo. O sistema de plantio de arroz pré-germinado continuará restrito às regiões que tradicionalmente empregam esta tecnologia, como em áreas das Planícies Costeiras Interna e Externa e da Depressão Central.
 

Quanto ao uso de cultivares, consolida-se o amplo predomínio do cultivar Irga 424 e RI-2706-1 em todas as regiões, tendo em vista a maior disponibilidade da semente nesta safra, embora ainda não suficiente para atendimento a toda demanda. As cultivares Guri, Puitá e Irga 424 convencional, além das cultivares Epagri (no cultivo pré-germinado), praticamente complementam o rol dos materiais genéticos utilizados.

 

SANTA CATARINA

 O plantio em Santa Catarina começou um pouco mais tarde se comparado ao ano anterior, devido às expectativas de dias frios ainda em agosto e setembro, principalmente na região sul. Além disso, na região sul é a falta de água que começa a preocupar os produtores, principalmente aqueles que ainda não implantaram as lavouras. A falta de água pode levar ao atraso dos plantios, o que deve ser verificado no próximo levantamento. No norte o clima continua favorável para a implantação e desenvolvimento da cultura. Em relação à área destinada para a cultura, não foi observado alterações em relação à safra passada, devendo permanecer em torno de 147,4 mil hectares e 148 mil hectares, principalmente pela dificuldade de obtenção de licença ambiental para abertura de novas áreas para o cultivo do arroz irrigado. O início da safra 2016/17 traz boas expectativas de produção, e os produtores estão otimistas esperando colher em média 7.327 kg/ha, cerca de 2,6% superior ao registrado na safra passada.

 

A produção total ficará entre 2,6% e 3,1%, maior do que a safra 2015/16, variando entre 1.080 e 1.084,4 mil toneladas. No momento do levantamento das informações cerca de 30% da área já estava implantada, visto que até o final de setembro este número deve subir para 60%. Estima-se que o plantio deva ir até final de outubro, com algumas áreas no sul do estado a serem implantadas até meados de novembro. O crédito de custeio está sendo ofertado dentro da normalidade, em algumas localidades a liberação está mais lenta, mas sem causar transtornos para os produtores. A liberação de financiamento de maquinários reduziu em relação ao ano anterior, mostrando maiores apreensões em relação à atual situação política e econômica do país.

A oferta de insumos também está dentro da normalidade, visto que o cultivar mais procurado pelos produtores nesta safra é a SCS 121 da Epagri.

 

TOCANTINS

Em Tocantins, em grande parte das regiões produtoras, onde a cultura é cultivada exclusivamente para fins de comercialização, a expectativa é de queda da área plantada em 3%, em razão das dificuldades na venda do produto e também devido à opção por parte dos produtores por culturas que possuem melhores perspectivas de mercado, como o feijão e o milho, além do elevado custo de produção e alto de grau de endividamento dos orizicultores da região sudoeste do estado, influenciam em resultado positivo. Contudo, a atual cotação do produto no mercado poderá mudar positivamente este diagnóstico.

 

MARANHÃO

No Maranhão, maior produtor da Região Nordeste, na área plantada se estima redução de 3%, entre 176,1 e 181,5 mil hectares. Porém as expectativas indicam aumento de produtividade, chegando a 1.497 kg/ha. Basicamente são agricultores familiares que dependem do governo estadual para obtenção de sementes e insumos para o plantio.

MATO GROSSO

Na Região Centro-Oeste haverá incremento na área de 2%, na produtividade de 11,3, projetando incremento na produção entre 4,5% e 13,3%, a produção total da região ficará entre 635,1 e 689,1 mil toneladas. No Mato Grosso, apesar dos preços atrativos, a expectativa é que a área dedicada à cultura, na safra 2016/17, seja ainda menor, devido ao pouco investimento na abertura de novas áreas em decorrência do endividamento dos produtores rurais. Outro aspecto importante é que parte do espaço destinado à orizicultura na safra passada deverá ser aproveitado para o plantio da soja no atual ciclo produtivo. A partir disso, estima-se que no estado, plante 137,3 mil hectares de arroz, ante aos 152,5 mil hectares na safra passada. A produtividade deverá se manter nos patamares da safra passada, ficando em 3.098 kg/ha, incremento de 7,7 % .

1 Comentário

  • Cuidado……Safra cheia é sinônimo de preço baixo….Avaliem o Mercado Internacional, pois se dependerem do Mercado Interno, o preço Desaba…..Foco tambem nas Exportações…..

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