Concentração em alta

 Concentração em alta

Safra: mais produção no arroz irrigado

Mapa prevê produção
de arroz concentrada
nas áreas de irrigação
e queda no consumo
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 Nos próximos 10 anos, a produção de arroz no Brasil deve crescer 5,2%, ao ritmo médio de 0,5% ao ano, segundo estudo divulgado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) baseado em dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Este crescimento está concentrado nas áreas irrigadas, seguindo uma tendência histórica de retração nas zonas de produção em sistema de sequeiro ou terras altas e expansão da produtividade nas terras baixas.

Em contrapartida, o estudo indica que as importações devem cair graças ao avanço da autossuficiência nacional. O ponto negativo é a queda no consumo de arroz no mercado interno, que, apesar de pequena, também consolida uma tendência verificada nas últimas décadas. A evolução da renda, mudanças nos hábitos alimentares e a facilidade de acesso a alimentos sucedâneos afetam o perfil do consumo.

O estudo desenvolvido pelo Mapa, “Projeções do agronegócio – 2016/17 a 2026/27”, indica que apesar de ser o arroz uma cultura comum em quase todo o país, a maior parte da produção ocorre em cinco estados: Rio Grande do Sul, onde predomina arroz irrigado, que concentra 71,1% da produção nacional de 2016/17, Santa Catarina (9,2%), Mato Grosso (3,9%) Maranhão (1,8%) e Tocantins, que representou 5,6% da safra brasileira.

No Nordeste, em especial no estado do Ceará, predomina o cultivo em perímetros de irrigação. Uma pequena quantidade também é produzida nas várzeas do Rio São Francisco, casos da Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco.

A produção projetada para 2026/27 é de 12,6 milhões de toneladas, 1,1 milhão acima do consumo, projetado em 11,5 milhões. O trabalho desenvolvido pelo Ministério prevê um aumento pequeno da produção de arroz nos próximos 10 anos, 0,5 % de crescimento anual. Porém, a projeção de produtividade é mais elevada.

A má notícia é que a taxa anual projetada para o consumo é negativa ou próxima de zero. Isso confirma, para o futuro, o mesmo cenário consolidado nas últimas décadas: a tendência de redução do consumo de arroz no Brasil. A demanda interna passou de 12,6 milhões de toneladas em 2013 para 11,5 milhões em 2017. A relativa estabilização do consumo projetado, 11,5 milhões de toneladas em 2026/27, é condizente com os dados de suprimento da Conab.

Relatório da Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD, na sigla em inglês) e da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) projeta para o próximo decênio um consumo per capita de arroz de 40 quilos anuais. Isso significará uma forte redução, pois hoje nosso consumo é de 55,8 quilos/habitante/ano.

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