Congresso Brasileiro do Arroz foca nos bioinsumos

 Congresso Brasileiro do Arroz foca nos bioinsumos

Equipe da Embrapa Arroz e Feijão, no XII Cbai. (Foto: Valdir Brito)

(Por Cleiton Evandro dos Santos, AgroDados/Planeta Arroz) Quatro das 20 palestras e painéis apresentados no Congresso Brasileiro do Arroz Irrigado, que termina nesta sexta-feira, 29 de julho, no Morotin Parque Hotel, em Santa Maria, abordaram temas ligados ao uso de bioinsumos na orizicultura e nas culturas em terras baixas. O tema foi considerado um dos mais demandados pelos participantes, por parte dos organizadores em função do avanço dos insumos desta área e os grandes investimentos que têm sido realizados pelas empresas de defensivos.

Nesta quinta-feira, foi abordada a situação nacional dos bioinsumos e as possibilidades de controle biológico de doenças, temas expostos pela representante do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) Tereza Cristina de Oliveira Saminez, que abordou o avanço e tendências da legislação nacional neste âmbito e também pelo dr. Júlio Carlos Pereira da Silva (UFSM) que abordou o potencial de controle biológico de doenças em arroz. Tereza Cristina enfatizou que a legislação tem avançado, mas ainda tem muito a avançar porque o próprio bioinsumo ainda é um tema a ser muito estudado, complexo e diverso, mas que o Estado brasileiro, em especial o MAPA, tem concentrado suas atenções ao tema.

Pereira da Silva, pesquisador, fez um relato sobre o histórico, funções e metas da agricultura com relação ao controle biológico de doenças e concluiu informando que, embora haja muito a avançar nas pesquisas, sim, o sistema é possível e dá resultados, na maioria dos casos, de duas maneiras. Uma controlando a doença e outra agregando melhoria nos rendimentos.

Os bioinsumos voltaram a ser abordados na palestra do pesquisador Cesar Bauer Gomes, da Embrapa Clima Temperado, sobre problemas nematológicos na cultura do arroz irrigado, e ganharam destaque na apresentação da pesquisadora Valácia Lobo, da Embrapa Arroz e Feijão, que falou sobre a sustentabilidade da sucessão arroz – soja em f unção das doenças. Além da conexão entre doenças de uma cultura que costumam migrar para outra, ela abordou alguns tratamentos, inclusive controle biológico, e algumas detecções de casos no país.

O uso de bioinsumos e de remineralizadores como fonte de nutrientes foi tema também de um painel que reuniu os pesquisadores Edson Bortoluzzi, da Universidade de Passo Fundo (UPF) e Eduardo Friedrich, da RuralSul Planejamento Agrícola, que recomendaram, entre outras coisas, o uso de fontes próximas da propriedade porque a lógica é a mesma da aquisição de calcário (o frete tem peso significativo no custo final) e ainda é preciso conhecer mais os mecanismos de extração dos minerais por parte das plantas.

“O bioinsumo e o controle biológico são os temas da vez, então não é por acaso que 20% das apresentações tinham foco em trazer esclarecimentos sobre o tema. É algo com muito potencial para crescer, o que nos desafia a seguir investindo nas pesquisas para identificar questões-chaves da sua funcionalidade, resultados, modo de aplicação. É um novo horizonte que se abre para a agricultura em terras baixas e que está sendo muito demandada pelos agricultores”, observou o professor Enio Marchezan, um dos coordenadores do evento.

AVALIAÇÃO

O presidente da Sociedade Sul Brasileira do Arroz Irrigado (Sosbai), Ivan Dressler, da UFSM, avaliou o congresso como uma grande reunião de técnicos, produtores, estudantes, pesquisadores, professores que conseguiram cumprir com o objetivo, após três anos, de apresentar a evolução da pesquisa e do conhecimento em tecnologias para a orizicultura. “A agropecuária em terras baixas está evoluindo, e muito rapidamente, e um evento deste porte, que reúne quase mil pessoas interessadas em pesquisa, em tecnologia que será agregada às lavouras, só consolida a posição de que o grande suporte para a transição deste sistema em busca da sustentabilidade econômica, ambiental e social é a ciência”, analisou.

Para Dressler, o evento cumpriu com seu papel de traduzir e difundir as tecnologias, apresentar as tendências da área científica e ainda expor centenas de trabalhos acadêmicos e de pesquisa muito relevantes para a orizicultura e o futuro das terras baixas. O presidente do 12º Congresso Brasileiro do Arroz Irrigado (Cbai) foi o professor Leandro Souza e Silva, da UFMS.

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