Congresso de Economia Orizícola traduz o cenário mundial
VI Congresso Brasileiro de Economia Orizícola fará um panorama do cenário mundial.
O VI Congresso Brasileiro de Economia Orizícola, que ocorre de 25 a 27 desse mês, em Porto Alegre (RS), tem como objetivo mostrar o panorama do atual cenário mundial. Para isso, palestrantes de renome internacional estarão expondo suas visões sobre a cultura. Na conferência de inauguração, o responsável será o economista do Instituto Internacional de Pesquisa de Arroz das Filipinas (Irri), Mahabud Hossain, que tratará sobre o mercado a longo prazo. Hoje esse país é o grande centro de pesquisa no continente asiático.
Outro assunto que será debatido é as implicações da Rodada de Doha na Alca no setor arrozeiro com o palestrante da Universidade de Arkansas, nos Estados Unidos, Eric Walles. De acordo com o presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), órgão responsável pela organização do evento, Pery Coelho, esse debate ganhou força justamente em razão do fracasso nas negociações. O setor partiu agora para acordos bilaterais depois do fracasso da Rodada de Doha, destacou.
Para o presidente da autarquia, o importante é transmitir ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o de Relações Exteriores e o da Agricultura a possibilidade do arroz vir a ter uma oportunidade dentro de acordos que estão sendo formados. Precisamos debater a possibilidade do arroz vir a ser uma commodity de exportação, ressaltou. Por isso, Coelho disse que as discussões envolvendo toda a cadeia produtiva brasileira são muito importantes para que haja esse convencimento.
Hoje o Brasil é grande importador de arroz de países do Mercosul como o Uruguai e a Argentina, porém, com a safra brasileira desse ano atingindo a auto-suficiência e com a perspectiva de exportação do produto, o setor já vem se articulando para diminuir a entrada de arroz dos países vizinhos. Uma das palestras que discutirá esse tema acontece no dia 27, intitulada Perfil da produção no Mercosul. O objetivo é fazer um panorama da situação do arroz no Brasil, Uruguai, Argentina, Paraguai e Bolívia.
O diretor comercial do Irga, Rubens Silveira, afirma que a produção brasileira vai forçar um novo cenário no Mercosul. Com a auto-suficiência na produção, os países que exportam para o Brasil precisarão buscar outros mercados a partir de agora, afirmou. Silveira também destacou que o congresso será uma grande oportunidade de inserir o Brasil, e especialmente o Rio Grande do Sul, no cenário internacional. Hoje os produtores gaúchos participam com 50% do total brasileiro e 25% da América Latina.