Conscientização reduz problemas ambientais na lavoura de arroz

Na área com cerca de 2 mil hectares os arrozeiros drenaram as lavouras, escoando para o rio Gravataí.

A conscientização dos riscos ambientais que podem ocorrer na lavoura de arroz em decorrência do mau manejo da água é tratada pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) como prioridade. Através dos roteiros técnicos em áreas demonstrativas, a Instituição alerta os produtores sobre o uso excessivo da água e as conseqüências para o meio-ambiente da retirada do recurso antes do recomendado no sistema de cultivo pré-germinado.

Felizmente, o caso registrado na região metropolitana de Porto Alegre é isolado. Na área com cerca de 2 mil hectares os arrozeiros drenaram as lavouras, escoando para o rio Gravataí. Segundo a agrônoma Vera Mussoi, a recomendação do Irga é manter a lâmina de água uniforme e baixa, já que está comprovado que as sementes se desenvolvem mesmo nesta situação.

A adoção do manejo correto traz bons resultados e eleva a produtividade.

– O líquido turvo que foi drenado para os mananciais contém nutrientes e solo que, além de empobrecer a área, aumenta o custo de produção do cultivo e causa problemas ambientais.

Um bom exemplo do manejo adequado vem da Depressão Central. Lá, cerca de 8% da área é cultiva pelo sistema pré-germinado, sem a retirada da lâmina de água.

O agrônomo da Instituição em Agudo, Clairton Petry, explica que era normal há alguns anos a retirada antes da época correta.

Fizemos um longo trabalho para alertar cada produtor da necessidade de manter a água na lavoura – confirma.

Petry esclarece que todos os pontos do manejo integrado devem ser seguidos.

– O esclarecimento é a melhor forma para evitar que os mananciais sejam atingidos pela água turva.

Nesta semana, o Irga realizou roteiros técnicos em Paraíso do Sul e Dona Francisca sobre esse assunto.

Outro exemplo é de Hermenegildo Moczulski. Produtor do sistema pré-germinado desde 1981, há quatro anos ele não retira a água. Moczulski planta 200 hectares em Camaquã, com produtividade em 9 mil quilos por hectare.

– Junto com a assistência técnica do Irga, garantimos uma lavoura mais limpa e com sustentabilidade ambiental – finalizou.

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