Consumo aumenta mais rápido do que a produção
Estima-se que o consumo de arroz ficará em torno de 418 milhões de toneladas em 2004. Portanto, a queda de produtividade na atual safra dos países produtores (China, Tailândia e Vietnã) causará uma escassez no mercado difícil de ser eliminada no médio prazo.
Com cotações na bolsa de Chicago (CBOT) em queda desde o final do mês de abril, o mercado internacional do arroz não tem mostrado sinais de recuperação técnica. Contudo, há forte indício para se dizer que a recuperação não demorará por vir em função de um forte fator: os estoques internacionais de arroz encontram-se em níveis muito abaixo do normal.
Apesar da boa perspectiva de produção para a próxima safra, o atual problema é que o consumo mundial de arroz está aumentando mais rápido do que a sua produção. Estima-se que o consumo ficará em torno de 418 milhões de toneladas em 2004. Portanto, a queda de produtividade na atual safra dos países produtores (China, Tailândia e Vietnã) de arroz causará uma escassez no mercado difícil de ser eliminada no médio prazo. Conseqüentemente, espera-se que os preços desta commodity sofram uma pressão de alta antes que seus estoques voltem a níveis satisfatórios.
Problemas climáticos
Assim como outras commodities, a produção dos principais países produtores de arroz sofreu com os problemas climáticos em 2003 e 2004, fazendo com que a produtividade caísse e os preços aumentassem.
A produção mundial de arroz para 2004/05 está projetada em 402 milhões de toneladas, um aumento de 2,81% relativo à produção 2003/04. O aumento é também atribuído à recuperação da produção chinesa, que foi gravemente afetada pelas más condições climáticas.
Enquanto alguns países aumentarão suas exportações de arroz em 2004, outros sofrerão uma diminuição considerável. No caso da Tailândia, espera-se que haja um recorde em suas exportações durante este ano. Por outro lado, Paquistão e Vietnã somente conseguirão aumentar suas exportações em 2005.
Para a safra 2004/05, o USDA prevê que o maior exportador mundial continuará sendo a Tailândia, que provavelmente contribuirá com 8 milhões de toneladas de arroz negociadas no mercado mundial. Em contrapartida, espera-se que haja uma queda nas exportações deste país em relação à safra anterior, em função do menor volume de arroz destinado às exportações, e do aumento das exportações do Vietnã, tomando o mercado de outros países exportadores que, por sinal, deverão aumentar de 3,75 milhões de toneladas para 4 milhões.
A China, país de grande participação na exportação mundial de arroz, tem a expectativa de permanecer no patamar de 1,2 milhão de toneladas exportadas em 2005. As exportações da Índia também deverão se manter no mesmo nível atual de 2,5 milhões de toneladas, ao contrário das exportações de arroz do Paquistão, que deverão aumentar em 100 mil toneladas em 2005 (totalizando de 2,1 milhões de toneladas).