Consumo de arroz no Rio Grande do Sul é um dos menores do Brasil
O baixo consumo é questão de hábito alimentar, e não de preço.
O Rio Grande do Sul é o maior produtor de arroz do Brasil, responsável por mais de 50% da produção do país. O consumo no estado, entretanto, deixa muito a desejar, estando entre os mais baixos. O Rio Grande é o segundo menor consumidor per capita do país, comenta o engenheiro químico e assessor do Instituto Rio Grandense do Arroz (IRGA), Gilberto Amato.
Para o engenheiro, o baixo consumo é questão de hábito alimentar, e não de preço. Acredito que dos problemas seja a nossa colonização, com cerca de 3,5 milhões de alemães e 2,5 milhões de italianos, cujos hábitos alimentares deixam o arroz em segundo plano, analisa. Porém, na visão de Amato, o potencial de aumento do consumo gaúcho é grande, fato que levou o IRGA a iniciar seu programa de incentivo pelo estado.
O assessor participou do painel Arroz, um alimento com saúde, onde destacou os quatro subgrupos do arroz, com as suas qualidades e desvantagens. Primeiro, abordou o arroz integral, conhecido também como macrobiótico, que é obtido através da retirada da casa. Apesar de ser bastante saudável, é de pouca expressão de consumo, devido ao seu paladar após a atuação das enzimas nas gorduras, quando a casca é retirada. Esse processo deixa o arroz rançoso, explica. Uma alternativa para se excluir o ranço é o arroz integral parboilizado, cujo processo de beneficiamento impede a atuação das enzimas e deixa o produto com maior durabilidade na prateleira.
O terceiro subgrupo exemplificado foi o polido, que é o arroz branco clássico. Este representa 75% do consumo no mundo, por seu gosto neutro, que combina melhor com outros alimentos, frisa Amato. O último é o parboilizado, que corresponde a 25% do consumo global. No Brasil, é responsável por 20% do mercado, sendo que há 20 anos, era apenas 4%, lembra. O crescimento do parboilizado no Brasil é superior ao branco.