Contra tudo e contra todos
O início da safra 2015/16 é mais um daqueles em que o arrozeiro parece se deparar só com más notícias. O clima não ajuda, o crédito é restrito, os preços do arroz mantiveram-se baixos em boa parte do ano, os insumos estão mais caros, não há esperanças no meio político (onde se multiplicam os escândalos de corrupção), os impostos aumentaram e o terminal portuário público sem previsão de voltar a funcionar para ajudar no escoamento das exportações.
De onde, então, vem a transformação dessas más notícias em motivação para trabalhar, semear, replantar se preciso, ampliar o sistema de drenagem e torcer para que as plantas cresçam e investir em equipamentos e sistemas de manejo?
Uns dizem que é teimosia – e, para uns, pode ser mesmo. Outros dizem que é esperança. Assim como a safra, as esperanças se renovam a cada ano. Esperança em plantar melhor, colher melhor, obter renda, recuperar os prejuízos, ampliar a rentabilidade, transformar a terra em grão, em alimento, saciar a fome de milhões de pessoas. O arrozeiro, feito os demais agricultores, é um homem com esperança, que acredita no seu trabalho.
E por isso, apesar do cenário desolador que se vê na política, esse país segue em pé, alicerçado na agropecuária nacional!
Nesta edição, Planeta Arroz traduz o que acontece no setor neste segundo semestre de 2015 e antecipa as tendências e os fatos que pautarão a orizicultura no primeiro semestre de 2016. Boa leitura! E boa safra!