Coriscal e CESA foram decisivas para reativação da hidrovia do Jacuí

A operacionalização do modal hidroviário será uma vantagem sem precedentes em termos de economia, já que Cachoeira do Sul fica no extremo sul do Brasil e o transporte rodoviário de arroz acaba saindo muito caro.

A Cooperativa Agrícola Cachoeirense (Coriscal), de Cachoeira do Sul (RS) chegou ao seu objetivo e finalmente está reativando a hidrovia do Rio Jacuí. A embarcação Aliança II chegou no final da manhã desta sexta-feira do município de Taquari e à tarde começou a carregar arroz beneficiado da Coriscal, que terá como destino a cidade de São Luis, capital do Maranhão, no norte do país.

Passava das 11h30min quando a barcaça atracou no terminal portuário da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa). Até o final da tarde desta sexta-feira, mais de 200 toneladas de arroz haviam sido carregadas na embarcação.

– É uma satisfação imensa para nós, da Coriscal, ver a realização deste projeto em tão curto prazo. É uma vitória para a cidade, destaca o liquidante da Coriscal – João Paulo Antoniazzi de Moraes.

AMPLIAÇÃO

João Paulo destaca que a hidrovia vai oportunizar a ampliação do beneficiamento de arroz.

– Com certeza, teremos uma meta maior, pois vamos ganhar espaço físico dentro da cooperativa, o que significa que vamos poder comprar mais produto. É mais renda para o produtor – disse.

O liquidante João Paulo, que no final da tarde desta sexta esteve na unidade da Cesa acompanhado do também liquidante Kurt Löwenhaupt, destacou ainda que a operacionalização do modal hidroviário será uma vantagem sem precedentes em termos de economia, já que Cachoeira do Sul fica no extremo sul do Brasil e o transporte rodoviário de arroz acaba saindo muito caro.

Moraes, lembra que a embarcação Aliança II, que levará arroz por via fluvial de Cachoeira do Sul ao porto de Rio Grande, tem capacidade de 1,2 mil toneladas, que equivale a 30 caminhões bitrens que transportam até 40 toneladas de arroz.

Esse fator, por si só, assegura o dirigente cooperativista, dá a dimensão da redução de custos que será gerada com o transporte de arroz pela hidrovia do Rio Jacuí. Ele destaca que o objetivo, a partir de agora, é fazer a hidrovia funcionar a pleno e incentivar novos empreendimentos a utilizar a estrutura.

RENDA

João Paulo Moraes salienta que redução de custos implica em aumento de aquisição de produto por parte da Coriscal e o conseqüente aumento de renda para os produtores de arroz.

– Num curto prazo, estimamos uma economia de cerca de 20%, mas tudo indica que quando funcionar teremos uma economia até maior, de 40% a 50%. Isso vai possibilitar a compra de mais produto – destaca.

Além disso, destaca, com a reativação da hidrovia, o Governo Federal deverá gastar menos com manutenção de rodovias, que terão maior vida útil com o trânsito de menos caminhões. Vai melhorar também para os usuários, que terão um trânsito mais seguro em suas viagens.

Para ilustrar a economia que deverá ser gerada com o transporte de arroz pela hidrovia do Rio Jacuí, João Paulo Moraes fez um cálculo matemático simples: o preço do transporte de um fardo de arroz pela rodovia em caminhão bitrem de Cachoeira do Sul até a unidade da Cereais Araguaia em São Luis, no Maranhão, norte do país, custa R$ 10,00. Pelo modal hidroviário, o preço do transporte por fardo de arroz custa entre R$ 5,00 e R$ 6,00.

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