Correndo atrás

Balança comercial abre 2024 negativa, mas dá para recuperar

Depois de seis anos de superávit na balança comercial e de registrar os preços mais altos do mundo para seu arroz beneficiado, em maio, o Brasil seguiu com baixa competitividade no mercado internacional em 2024, o que se traduziu em um déficit de 216.333 toneladas entre janeiro e maio deste ano. Já no último trimestre de 2023, o Brasil foi perdendo a sua capacidade competitiva, quando, em setembro, os Estados Unidos concretizaram uma volumosa colheita, apesar de algumas restrições na qualidade, o que foi suficiente para retomar o mercado mexicano, que o Brasil havia assumido.

Dali em diante, o arroz no Brasil e no Mercosul, por fatores cambiais e climáticos, além do cenário nos grandes exportadores asiáticos, só elevou suas cotações. E, com isso, gradativamente, o volume de vendas ao exterior diminuiu. Apenas segmentos como quebrados de arroz e alguns mercados que buscam arroz brasileiro por diferencial de qualidade, mantiveram-se ativos. Em maio, a média de preços de exportação do arroz branco brasileiro bateu em USD 830,00 por tonelada/FOB. Em junho, chegou a alcançar mais de USD 860,00. Os embarques realizados neste primeiro semestre de 2024, em boa parte, devem-se a negócios realizados na virada do ano e lotes adquiridos a valores anteriores à forte alta das cotações entre março e o início de maio.

A intervenção do governo, no entanto, com o anúncio de que importaria até 1 milhão de toneladas de arroz branco (1,47 em base casca) por causa das inundações no Rio Grande do Sul e para controlar a inflação, gerou um recuo nas cotações ao longo de maio/junho. Com isso e mais o real sendo uma das cinco moedas que mais depreciou perante o dólar, traders e indústrias apostam na viabilidade de retomada das exportações. Os negócios, no entanto, têm um limitante, que é uma curta janela de oportunidades. Em agosto, começa a colheita norte-americana, que deverá confirmar uma das maiores colheitas dos últimos tempos, e, em setembro, a Índia deverá derrubar as restrições à venda de arroz para o mercado internacional. Isso pressionará ainda mais os preços no Mercosul. A alta dos fretes de arroz beneficiado em contêineres também será fator limitante de novos negócios.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter