Corteva põe o arroz em foco no XI Congresso Brasileiro

Empresa anunciou o lançamento antecipado do herbicida mais aguardado da década, mas os detalhes só serão divulgados em setembro.

Num jantar reservado para pesquisadores e imprensa, a Corteva Agriscience anunciou em Balneário Camboriú, na última quarta-feira, dia 14 de agosto, que comercializará para a próxima safra o herbicida mais aguardado da década: o pós-emergente Loyant, uma auxina sintética de amplo espectro que promete controlar as ervas daninhas resistentes que ocorrem nas lavouras de arroz, exceto o arroz vermelho.

O pós-emergente será uma ferramenta que se somará aos sistemas de controle agronômico, mecânico e químico para eliminar aquele que se tornou o maior dos problemas da orizicultura na atualidade. E esta é uma observação muito importante e pertinente, considerando a perda cada vez mais rápida dos mecanismos de ação dos herbicidas nas lavouras brasileiras.

O encontro, denominado Arroz em Foco serviu para a empresa apresentar suas estratégias, sua relação com o arroz – que é sua principal plataforma mundial – e reuniu gestores e cientistas para responder às perguntas aos técnicos e à imprensa. Também houve o testemunho de pesquisadores como Valmir Menezes, José Alberto Noldin, Domingos Eberhardt, sobre a eficiência do mecanismo, ratificando os dados apresentados pelos pesquisadores Angela Da Cas Bundt e Tiago Seivert.

O consultor Miro Schmidt, também destacou a importância do surgimento desta nova ferramenta diante da ineficácia de controle de outros mecanismos. “Hoje é necessário reunir todas as ferramentas disponíveis para ter um controle razoável sobre as plantas daninhas, em especial as resistentes a herbicidas. Com esta nova molécula será possível evoluir e ter mais eficiência, desde que sejam observadas as recomendações técnicas”, enfatizou.

Já José Alberto Noldin, gestor da Estação Experimental do Arroz da Epagri em Itajaí (SC), destacou que o produto é tão eficiente que é necessário ter muitos cuidados para que a ferramenta não se perca em poucas safras, como outros defensivos para os quais as plantas daninhas desenvolveram resistência. “O arrozeiro deve ter consciência de que precisa preservar esse mecanismo porque tão breve não haverá outro com essas características e é cada vez mais difícil encontrar novos herbicidas”, alertou.

Rafael Bolsson, gerente de Mercados e Marketing de Campo da Corteva, destacou que a empresa deve realizar lançamentos de pelo menos cinco produtos para a orizicultura nas próximas quatro safras, entre elas fungicidas, brusonicidas e novos herbicidas pré e pós-emergentes. Segundo ele, a empresa totalmente voltada ao agronegócio tem um foco especial no arroz e pretende fazer valer esse diferencial no mercado.

CONGRESSO

A Corteva Agriscience foi patrocinadora do XI Congresso Brasileiro do Arroz Irrigado – CBAI, realizado em Balneário Camboriú pela Sociedade Sul-brasileira do Arroz Irrigado. O congresso reúne os resultados de pesquisa em ambiente irrigado em todo o Brasil e teve participação de representantes das instituições de pesquisa e universidades também dos países do Mercosul, Colômbia e Bolívia. A próxima edição acontecerá em 2021 em Santa Maria (RS).

PERFIL AMBIENTAL

Na quinta-feira, dia 15, às 10h30min, para um plenário lotado, Angela Da Cas Bundt, que lidera o projeto do herbicida, apresentou os primeiros dados formais sobre o novo mecanismo de ação do princípio ativo em questão. Ela explicou que a sua aprovação, inicialmente prevista para 2023, foi antecipada graças às características de perfil ambiental favorável da molécula, e revelou que o produto e todos os detalhes de indicação de uso devem ser lançados no início de setembro, em Porto Alegre (RS).

O estande da Corteva, com uma dezena de profissionais disponíveis, foi um dos mais movimentados do Congresso graças ao interesse despertado nos técnicos, estudantes, extensionistas, pesquisadores e produtores a respeito do novo herbicida e de seu portfólio de soluções para a agricultura. 

O repórter viajou a convite da Corteva Agriscience.