Cotações poderão fechar três meses de alta no RS

 Cotações poderão fechar três meses de alta no RS

Mercado se mantém com preços firmes. Foto: Robispierre Giuliani/Planeta Arroz

(Por Planeta Arroz*) As cotações do arroz em casca no Rio Grande do Sul seguem em elevação há 13 semanas, ou quase três meses. Desde o final de agosto, o aumento do Indicador do arroz em casca CEPEA/IRGA-RS (58% grãos inteiros, com pagamento à vista) supera os 12% – somente nesta parcial de novembro (até o dia 25), o avanço é de 6,45%. A alta está atrelada à boa demanda externa, que favorece a redução dos excedentes no mercado brasileiro. Além disso, a maior paridade de exportação eleva o interesse vendedor, influenciando os preços domésticos, segundo análise do CEPEA/ESALQ, divulga nesta segunda-feira, dia 28.

O relatório agrega a informação de que no período, a alta semanal mais expressiva do Indicador, de 2,67%, foi verificada na semana passada, entre 18 e 25 de novembro. A média semanal subiu para R$ 84,38/sc de 50 kg, contra R$ 82,37/sc no período anterior. Os valores observados atualmente são os maiores desde a primeira dezena de maio de 2021, em termos nominais. Nesta segunda-feira (28), a referência de preços bateu em R$ 85,47, acumulando avanço de 6,62%, e chegando a US$ 15,93 pelo câmbio do dia.

Nos últimos dias de novembro, boa parte das empresas demandantes de arroz em casca buscou se abastecer em áreas mais distantes, graças ao interesse em elevar a quantidade de beneficiamento, devido à melhora nas vendas do produto final e buscando alongar os estoques da matéria-prima. No entanto, o interesse vendedor ficou abaixo da demanda. O produtor acompanha a escalada de alta e as notícias de arroz negociado acima dos R$ 94,00 no porto de Rio Grande, e já estabeleceu uma nova meta para comercializar grandes volumes: R$ 100,00.

Assim, a disputa pela matéria-prima entre diferentes regiões produtoras/consumidoras se manteve acirrada. Em alguns casos, indústrias localizadas nas proximidades do porto de Rio Grande/RS (principal via de escoamento de arroz ao mercado internacional) igualaram suas propostas aos mesmos valores ofertados por tradings, na tentativa de adquirir lotes para atender à demanda doméstica, envolvendo até mesmo o arroz “livre”.

MICROS

Considerando-se as microrregiões que compõem o Indicador CEPEA/IRGA-RS, o relatório informa que os preços na Zona Sul e na Planície Costeira Interna encerraram o último dia 25 em R$ 87,87/sc e R$ 87,41/sc, respectivamente, com aumentos de 2,34% e de 3,58% entre 18 e 25 de novembro.

Na Planície Costeira Externa e na Fronteira Oeste, ainda segundo o boletim CEPEA/IRGA-RS, os valores foram de R$ 86,09/sc e de R$ 84,23/sc, com altas de 1,81% e de 2,52% no mesmo comparativo. Na Campanha e Depressão Central, as médias foram de R$ 83,07/sc e R$ 83,00/sc no dia 25, elevações de 2,95% e de 2,66% em sete dias.

Para outros rendimentos, a média de preços do produto com 63% a 65% de grãos inteiros no RS aumentou 2,85%, encerrando a R$ 87,17/sc. Para os grãos com 59% a 62% de inteiros, o avanço foi de 3,18%, a R$ 86,42/sc. Quanto ao produto de 50% a 57% de grãos inteiros, o valor subiu 1,81% no mesmo comparativo, a R$ 82,44/sc no dia 25.

VAREJO

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15, considerado uma prévia da inflação), divulgado pelo IBGE no dia 24, foi de 0,53% em novembro. Especificamente para o arroz, entre 14 de outubro e 14 de novembro de 2022, os dados do IPCA-15 apontam avanço de 0,72% na média nacional em relação ao período entre 15 de setembro e 13 de outubro deste ano. Já no acumulado de 2022 (de janeiro a novembro), observa-se retração de apenas 0,13%.

CAMPO

A semeadura da safra 2022/23 alcançou 93,38% da área até 23 de novembro no Rio Grande do Sul, de acordo com dados do Irga. O Instituto também indica que as atividades estão finalizadas na Zona Sul. Na Fronteira Oeste, 97,08% da área já foi implantada, seguida pela Campanha (95,38%), a Planície Costeira Interna (91,31%), a Planície Costeira Externa (91,21%) e a Depressão Central (79,65%).

Na região Sul do País, o período prolongado de baixas temperaturas atrasou o ciclo do arroz, e a baixa luminosidade deixou produtores receosos com relação à produtividade e à uniformidade dos grãos. No entanto, o retorno de dias ensolarados e a elevação das temperaturas em determinadas regiões nos últimos dias têm contribuído para o melhor desenvolvimento da cultura e a execução dos tratos culturais.

Em relação aos demais estados produtores, dados da Conab apontam que 99% da área em Santa Catarina havia sido semeada até 19 de novembro, 73% em Goiás, 60% em Tocantins e 3% no Maranhão. Na média nacional, o cultivo alcançou 79,3% da área, 4,2 pontos percentuais à frente do registrado no mesmo período de 2021. O Cepea realiza acompanhamento diário das cotações no Rio Grande do Sul.

1 Comentário

  • Pois é…. Cadê a tal supersafra do ano passado??? Falavam que tinha arroz sobrando mesmo com a seca! Que havia superestoque privado! E dai dona Conab, seu Irga… O que aconteceu??? Não me venham com tempestade perfeita! O que tem é que não existe arroz… E que a próxima safra não vai ser boa…. Vocês mataram a galinha dos ovos de ouro! Agora aguentem… Argentina já berrou que vai colher pouco. Uruguay e Paraguay investiram na soja!

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