Crise no arroz deverá reduzir área plantada entre 5% e 10%

 Crise no arroz deverá reduzir área plantada entre 5% e 10%

Alexandre Velho, presidente do Federarroz, apresentou números durante coletiva nesta segunda-feira na Expointer

Previsão foi apresenta pelo Irga e Federarroz nesta segunda-feira.

A área plantada com arroz irá recuar de 5% a 10% na próxima safra de verão na comparação com o 1.000.605 de hectares cultivados no ciclo anterior. A previsão foi divulgada nesta segunda-feira pela Federação das Associações de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Federarroz) e Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), na Expointer, e está diretamente ligada à crise vivida pelo setor.

Os produtores têm dificuldade de acessar crédito rural e até o momento não houve anúncio, por parte do governo federal, sobre um possível plano para minimizar o endividamento. Estes temas serão tratados entre as entidades e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, na quinta-feira à tarde, na Expointer.

O presidente da Federarroz, Alexandre Velho, lembrou que já existiram 9 mil unidades produtoras de arroz no Estado e que agora são cerca de 6 mil, demonstrando a exclusão de muitos produtores da atividade nos últimos anos. “Em produtividade, ficamos atrás só dos Estados Unidos, mas não temos competitividade por conta dos altos custos de produção”, lamenta.

O presidente da Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul), Gedeão Pereira, lembrou que o investimento em soja na metade Sul do Estado foi muito alto na última década, a ponto de hoje ser cultivado 1,5 milhão de hectares da oleaginosa nesta região, mas cobrou que também é preciso viabilizar a lavoura arrozeira por si só. “Acreditamos que na quinta-feira venha, sim, uma solução para o arroz”, sinalizou sobre a expectativa com a visita da mnistra a Esteio.

Pereira alertou, no entanto, que as medidas para o setor virão acompanhadas de cobranças como uma “reciclagem do produtor” e revisão dos altos custos de arrendamento.

Aproveitando a presença do governador Eduardo Leite, o presidente da Federarroz reforçou o pedido de redução de ICMS para a venda interestadual do arroz em casca por, pelo menos, 30 dias, podendo ser prorrogado por mais 30, o que teria que acontecer no máximo até outubro. Ele explica que a redução do imposto para o escoamento ajudaria a diminuir a oferta local do produto e, por consequência, contribuiria para valorização do grão.

Leite respondeu que o governo está avaliando os argumentos dos produtores, mas também as ponderações da indústria arrozeira para chegar a uma definição. O secretário da Agricultura, Covatti Filho, avisou que, na próxima semana haverá reunião entre as assessorias técnicas das secretárias da Agricultura e da Fazenda para tratar o assunto. Informou ainda que devem ser anunciados nos próximos dias os nomes dos diretores Técnico e Administrativo do Irga.

Colheita do arroz
A 30ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz ocorre de 12 a 14 de fevereiro de 2020, na Estação Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão, o mesmo lugar que sediou a última edição. Neste ano, o tema será “Colheita do arroz e grãos em terras baixas, intensificação para sustentabilidade”. O evento contará com mais de 70 empresas expositoras. O presidente do Irga, Guinter Frantz, diz que, diante da necessidade do orizicultor elevar sua renda, é fundamental se trabalhar sistemas de cultivo, seja com soja ou com pastagens para pecuária, visando a sustentabilidade da atividade.

5 Comentários

  • Gostaria de saber como chegaram a estes números, aqui em Camaquã com certeza a redução será muito maior que 10 %, é só rodar pelas áreas que sempre foram destinadas ao cultivo em nosso interior e constatar que não foram mexidas, restevas paradas com mato crescendo. Boa parte do pessoal aqui não tem recurso sequer para o óleo diesel.
    Como sempre o IRGA sempre chutando números e o pior é que tem gente que acredita!!

  • A redução das unidades produtivas neste montante é extremamente preocupante, o que denota a alta concentração dos empreendimentos. A solução do endividamento ê sabido que ė uma medida protelatória e a renegociação do arrendamento é apenas um dos gargalos do setor e que tem que ser modificado nao somente quanto ao preço, mas também no seu custo efetivo, prazos, contrapartida em serviços etc. Tem tambem que ser modificado a forma de comercialização par arroz beneficiado emque fique claro o produto que rsta sendo entrgue e remunerado, valorizam o inclusive os coprodutos. O engenho entre na indústria pequeno, saindo apenas do produto para o saquinho e tirando a visão somente da panela! Obarter ou adiantamento dos insumos de e Sr feito cm fixação de preço antecipado com base no beneficiado, que mantém-se estabelecer há muito tempo.

  • Tão bonzinho hein… Na Depressão Central os produtores não viraram nem cerca de 30% da área normal… E olhe lá… Quem não acredita que pegue o carro e vá de Santa Maria a Candelária… Tudo paradinho… E com essa sequinha já deveria estar tudo pronto especialmente o pré-germinado!!! O chute é grande… Vai ser um grande Micão!!!

  • Acredito que o irga irá acertar. Não vejo redução de área superior a 10 porcento.
    Não adianta nada o irga minimizar os dados, sabemos que quanto menor será a redução, menos o preço do arroz irá subir.
    É cedo ainda. Saberemos somente no fim do ano. Mas se o irga errar será bom para todos.
    Soja na várzea neles…

  • Até em Cachoeira , uma área que outros anos já estava pronta pra plantio, vi com gado em cima e um monte de calcário , o q provavelmente será plantado soja. A soja é melhor solucão em áreas seguras, pq estamos a beira de uma crise mundial, onde o dolar provavelmente vai disparar, o q é bom pra soja. Qdo voltar a fofoca da previdência pode dar uma travada no dolar, mas nao vai segurar muito não, e bem possivel q nesse ano ainda passe dos R$4,40. E a reducão na área do arroz já se dara por conta dos altos custos imposto pelo dolar alto.

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