CTNBio vai exigir mais estudos para avaliar liberação do arroz transgênico

Em menos de 15 minutos de discussão durante a reunião plenária da CTNBio, realizada dia 19, dia seguinte à audiência pública em Brasília, os membros do órgão decidiram adiar a votação do pedido de liberação do arroz transgênico até que mais pareceres técnicos sejam apresentados.

Quando o perigo é grande e iminente, até mesmos velhos adversários se juntam para evitar o pior. É o que vem acontecendo no caso do arroz transgênico da Bayer, em discussão na Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). O improvável consenso de opinião entre entidades ambientalistas, de agricultura familiar e defesa do consumidor e grandes produtores rurais e técnicos da Embrapa – históricos antagonistas quando o assunto são organismos geneticamente modificados – fez os membros da Comissão agirem com mais prudência na discussão sobre o arroz da Bayer.

Em menos de 15 minutos de discussão durante a reunião plenária da CTNBio, realizada dia 19, dia seguinte à audiência pública em Brasília, os membros do órgão decidiram adiar a votação do pedido de liberação do arroz transgênico até que mais pareceres técnicos sejam apresentados. Esse cuidado contrasta com a atuação da CTNBio nos últimos anos, em que aceitou todos os pedidos de liberação de transgênicos feitos pela indústria, carimbando aprovações sem levar em conta as muitas evidências negativas levantadas contra os transgênicos.

O ponto de união entre entidades tão diversas como Greenpeace, Embrapa e Federarroz (que representa arrozeiros do Rio Grande do Sul, maior produtor de arroz do Brasil) é o perigo de contaminação das lavouras convencionais ou orgânicas de arroz pela variedade transgênica. Além disso, há o risco do surgimento de ervas daninhas mais resistentes.

O caso de contaminação ocorrida nos Estados Unidos em 2006 é emblemático do que pode acontecer no Brasil. Se lá os arrozeiros perderam muito dinheiro e tempo por conta de problemas ocorridos em campos experimentais de arroz da Bayer – teoricamente áreas com monitoramento rigoroso -, os produtores brasileiros têm razões de sobra para estarem preocupados, já que uma vez liberado para plantio comercial, o arroz transgênico pode causar um estrago ainda maior.

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