Cuba enfrenta escassez de alimentos

Medidas para conter especulação após passagem de furacões agravam crise.

Os mercados cubanos começaram a evidenciar esta semana a escassez de alimentos sobre a qual o governo havia advertido após a passagem dos furacões Gustav e Ike, com suas prateleiras cada vez mais vazias e menos produtos do que os habituais.

A escassez foi agravada em Havana com a redução do fornecimento de alimentos em reação à decisão do governo de impor um controle de preços. Em um mercado da capital cubana, uma compradora disse que todos os mercados estavam com as prateleiras praticamente vazias.

– São momentos difíceis, pois tudo foi muito afetado (pelos furacões) – disse.

Por causa de problemas na agricultura estatal, Cuba já vinha lutando para suprir suas necessidades de alimentos e importava 80% do alimento que o governo distribui à população a preços subsidiados. Mas os furacões Gustav e Ike pioraram a situação, destruindo 30% das plantações da ilha e causando danos de US$ 5 bilhões. Este ano, Cuba gastará US$ 2 bilhões na importação de grãos, leite e outros alimentos.

Para fazer frente à escassez dos alimentos e à especulação, o governo cubano adotou várias medidas esta semana, como o racionamento da venda de alguns produtos agrícolas. Segundo o jornal oficial Juventude Rebelde, cada consumidor poderá comprar no máximo 4,5 quilos de arroz e de legumes, 2,3 quilos de feijão e 10 cabeças de alho.

O governo também fixou esta semana o preço de 16 alimentos básicos, congelou outros e prometeu rigor contra os especuladores.

As autoridades reforçaram as inspeções em vários mercados onde os agricultores vendem seus excedentes a preços regulados pela oferta e pela demanda.

Segundo o jornal, um maior controle afugentou os intermediários que forneciam produtos obtidos ilegalmente. O diário disse que os elevados preços nos mercados de oferta e demanda atraíam alimentos desviados até mesmo de hospitais e escolas.

De acordo com o Juventude Rebelde, o governo reordenará no próximo ano seu sistema de produção e distribuição agrícola para garantir que os melhores produtos cheguem aos mercados estatais.

Os cubanos recorrem aos dois tipos de mercado para completar a cesta básica que, apesar do preço subsidiado, é insuficiente.

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