Cuba se volta para a Colômbia visando aliviar a sua escassez de arroz
(Por Diário de Cuba) O Ministério da Agricultura e Desenvolvimento Rural da Colômbia e o Instituto Colombiano de Agricultura (ICA) anunciaram a venda de grãos de arroz polido a Cuba , país onde a escassez desse alimento fez disparar seu preço a valores nunca antes vistos desde o chamado “Especial Período “da década de 1990. O acordo, viabilizado graças à estratégia da Diplomacia Sanitária liderada pelo presidente Iván Duque, foi alcançado após uma negociação bem-sucedida entre as autoridades fitossanitárias dos dois países, informou o site colombiano Agronegocios.
“Continuamos avançando na conquista de novos mercados, no aumento das exportações e na busca de novas oportunidades comerciais para os produtores agrícolas, neste caso os arrozeiros do país”, disse o ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Rodolfo Zea.
O acordo, que Bogotá inscreve como estratégia para fortalecer a produção nacional de arroz, surge apesar das tensões diplomáticas entre os dois governos, depois que o governo Iván Duque expulsou o primeiro secretário da Embaixada de Cuba no país no início de maio, acusando-o de “atividades incompatível “com a sua posição.
Embora os relatórios não esclareçam o valor do acordo do arroz, nem se o grão colombiano seria vendido na rede de armazéns do Estado em dólares, tem a aprovação do Ministério da Agricultura de Cuba, que anunciou a aprovação dos requisitos fitossanitários para importação, de acordo com a EFE.
Zea Navarro afirmou que “a chegada do arroz polido colombiano a Cuba acrescenta-se a outras admissibilidades que alcançámos neste primeiro semestre, como a chegada do abacate colombiano Hass à Coreia do Sul e de porco e bovino a Macau”.
“Agradecemos ao setor privado, à Embaixada da Colômbia em Cuba, às autoridades do Instituto, aos produtores e a todos aqueles que contribuíram para esta importante conquista”, acrescentou o ministro.
O Paraguai também anunciou a exportação de 30 toneladas de arroz polido para a ilha em março.
Em abril, e como parte da chamada “Tarefa de Portaria”, o Ministério do Comércio Interno da Ilha (MINCIN) anunciou que o arroz importado do Vietnã seria vendido a 7,00 pesos por libra no mercado nacional, enquanto os brasileiros, uruguaios e da Argentina teria um custo de 10,00 pesos por libra. Os cubanos preferem pagar 30% a mais em função da qualidade do arroz do Mercosul.
No entanto, o grão não está disponível e seu preço no mercado negro ultrapassa os 50 pesos por libra , segundo os cubanos.
A produção de cereais em Cuba diminuiu 18% durante a safra de 2019, mas em 2020 as autoridades previram uma redução de 34%, para apenas 23,3% do consumo nacional estimado de 700.000 toneladas.