Cultivados no espaço
Chineses estão plantando
arroz em laboratório espacial. Pesquisa
levará meio ano.
Em meados de 2017 a China poderá divulgar os primeiros resultados de um experimento completamente novo, capaz até de alternar modelos de melhoramento genético no mundo: o plantio de arroz no espaço sideral. No Tiangong-2, o primeiro laboratório espacial da China, lançado em setembro, um experimento está em andamento para plantar arroz e thalecress (Arabidopsis thaliana), uma espécie vegetal de pequeno porte que no Brasil é conhecida como erva-estrelada. Esta planta foi a primeira com flor cujo código genético foi completamente decifrado e é muito utilizada em base de pesquisas científicas de vegetais.
Nos dois experimentos os cientistas chineses esperam que as plantas passem pelo ciclo completo, de sementes para sementes novamente. Eles querem saber se as plantas no espaço – onde inexiste distinção entre dia e noite ou estações do ano – ainda florescerão segundo um ciclo baseado na Terra e produzirão as mesmas sementes. “Queremos estudar o ritmo de crescimento e florescimento das plantas sob as condições de microgravidade”, disse Zheng Huiqiong, cientista-chefe no Tiangong-2 e pesquisadora do Instituto de Fisiologia de Plantas e Ecologia, ligado ao Instituto de Xangai para Ciências Biológicas da Academia Chinesa de Ciências (ACC).
“Até agora as plantas no Tiangong-2 têm crescido bem. Um pouco de Arabidopsis thaliana está florescendo e o arroz tem cerca de 10 centímetros de altura”, revelou Zheng. Quando os dois astronautas chineses que embarcaram na nave espacial Shenzhou-11 para o laboratório espacial em 17 de outubro retornarem à Terra em novembro trarão amostras da Arabidopsis thaliana, que deve gerar sementes no espaço, segundo Zheng. O experimento com arroz continuará no Tiangong-2 por cerca de meio ano.
Essa é a pesquisa de maior duração da China para cultivo de plantas no espaço.