Custos pautam reunião sobre construção de políticas para o arroz
Encontro organizado por Farsul e Federarroz reuniu produtores rurais para debater problemas do setor
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A formulação de políticas agrícolas para o setor arrozeiro foi tema de discussão na tarde desta terça-feira, 22 de agosto, em encontro realizado pela Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul) e pela Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), na sede da Farsul, em Porto Alegre (RS). A reunião, que contou com a participação de representantes de associações de arrozeiros e sindicatos rurais do Estado.
Em sua explanação, o economista chefe da Farsul, Antonio Da Luz, apresentou um estudo no qual mostrou a disparidade entre os custos de produção entre o Brasil e os parceiros do Mercosul, como Uruguai e Argentina. No inseticida, por exemplo, existe a diferença de até 445% no valor de um inseticida pago pelos produtores do Brasil em relação aos uruguaios. "Pagamos mais pelos mesmos produtos com os mesmos princípios ativos aqui no Brasil", advertiu.
Da Luz lembrou que, apesar de diversos produtos terem taxas de importação zero no Mercosul, outros impostos como IPI, PIS/Cofins e ICMS acabam encarecendo a produção, ao contrário do que ocorre nos demais países do bloco econômico. "Apesar das taxas zeradas pelo Mercosul, a incidência de outros impostos fazem com que não seja vantajoso buscar estes produtos em outros países", ressaltou.
Conforme o presidente da Comissão de Arroz da Farsul, Francisco Schardong, as entidades do setor orizícola têm trabalhado fortemente no sentido de buscar soluções para os problemas históricos dos orizicultores. Lembrou que a próxima safra será de dificuldades na questão de financiamentos. "Projetamos que cerca de 80% da safra será financiada por outros agentes que não os bancos oficiais. Por isso é preciso buscar melhores condições de negociação", salientou.
O presidente da Federarroz, Henrique Dornelles, destacou que o grande problema não são os preços praticados pela saca de arroz, que vem sendo mais altos que a média histórica, entretanto os custos de produção, que em muitos itens vêm apresentando altas desenfreadas, subindo acima dos valores praticados pelo grão. "Temos a convicção de que o problema do arroz está nos custos de produção. O preço vem aumentando, mas não vem fazendo frente aos problemas que estamos enfrentando", observou.
De acordo com Dornelles, a diminuição da oferta por meio da redução de área é uma realidade já interiorizada por todos e deverá ocorrer um movimento neste sentido. O presidente da Federarroz informou também que por organização dos produtores já existe um trabalho de exportação de arroz em casca, liderada por ele, por meio de um contato com um operador onde ocorrerá uma nova reunião para o embarque do grão em até três navios.
A partir de agora, os representantes das entidades levarão em frente os estudos e decisões tomadas na reunião de forma a apresentar ao Ministério da Agricultura sugestões para a formulação desta política agrícola destacada pelos representantes da pasta em reunião realizada em julho para tratar do tema. Além dos custos, o endividamento também pautou o encontro e medidas para esta questão também serão estudadas e apresentadas propostas para resolver o passivo dos arrozeiros gaúchos.
3 Comentários
Se não tirar os impostos dos insumos no geral, eu digo que nosso problema é PRECO SIM, SE EXISTIR UMA POLITICA COMPROMISSADA COM O SETOR , DEVERÁ AUMENTAR AS TAXAS DE IMPORTACÃO URGENTE.SDS.
Todo mundo sabe que o custo Brasil é absurdo. Somos o país que mais se paga imposto no mundo!!! Junte-se a isso os custos gerais de lavoura e os juros bancários… E não esqueçam que temos as CPRs onde os juros comem por uma perna e pelo braço. Somos o país dos impostos e da especulação financeira!!! Se o governo tirar IPI, pis/cofins ou ICMS de um lado, do outro ele aumenta ITR, IRRF… Tinham que passar a borracha e começar tudo de novo nessa esculhambação!!! O problema é PREÇO… E como diz meu amigo Walter Arns lá de Uruguaiana temos que respeitar a lei da oferta e da procura!!! Ou produzimos menos ou vendemos mais!!! E o que vem de fora como faz??? A 10 dólares??? Cadê a valorização do produto e produtor nacional? E viva o Mercosul? Vamos dar empregos para uruguaios, Argentinos e Paraguaios? E nós do RS e SC como fica? Percebo que o governo prioriza os empregados das industrias e comercios do que os produtores! Teriam eles mais Sindicatos atuantes? Pressão política? Votos… Enquanto aqui é um salve-se quem puder com seus trabalhadores. A conta é simples Federarroz. Em 2010 o preço minimo era R$ 24,80… Corrijam este valor pelo INPC que mede somente a inflaçao de lá para cá para medir apenas o poder aquisitivo. Só isso… Simples assim. Teríamos um preço entre R$ 65 a 70… Arroz não pode, mas luz, diesel, salari, adubo, herbicida, avião, semente, maquinas, peças subiram bem mais que isso nesse período. E eu estou falando em preço mínimo. Não é nem o de mercado. A verdade é que a situaçao está impraticável, mas mesmo assim o pessoal vai aumentar a área plantada. Se daqui até março não acontecer um milagre os agiotas do arroz serão os maiores proprietários de terra da RS !!!
Concordo com o comentário porque precisamos de uma solução imediata, quem não ficar enfurnado nos bancos ficará nas mãos de agiotas .