Debate contra produtos argentinos chega aos ministérios
Deputado Luis Carlos Heinze leva a preocupação de setores agrícolas brasileiros, inclusive do arroz, ao Governo Federal.
Os resultados do encontro na Farsul – que uniu os setores do arroz, trigo, alho, cebola e vinho na proposta de retaliação aos produtos agrícolas argentinos – já começaram a concretizar-se. O deputado federal Luis Carlos Heinze (PP-RS), coordenador da reunião, informa que nesta quarta-feira 28 será encaminhado documento para o ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues.
O assunto não ficará restrito ao representante da agropecuária. Está agendada para a próxima semana audiência com os ministros das Relações Exteriores, Celso Amorim, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan. “A intenção é iniciarmos um processo de discussão com o Governo e, posteriormente, com os argentinos. Um relatório pormenorizado sobre os problemas de cada setor será apresentado na semana que vem em Brasília”.
O deputado aponta algumas saídas para proteger o mercado interno e impedir, conseqüentemente, o aumento do desemprego no campo e a queda da produção nacional: “Temos que analisar as particularidades de cada segmento. Mas, de um modo geral, há três propostas: a criação de tarifas, a imposição de cotas ou o escalonamento de épocas para os recebimentos dos produtos”.
Segundo Heinze a concorrência torna-se desleal. “Sabemos que o custo de produção e os insumos são mais baratos na Argentina, fatores esses que garantem o maior acesso ao produto estrangeiro”, garante.
A participação de outros parlamentares e estados na mobilização também fez parte da pauta durante o encontro em Porto Alegre na segunda-feira 26. “Queremos manter um diálogo com Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso e Goiás”, exemplifica o deputado Heinze.
Sexta-feira que vem, dia 30, as posições serão apresentadas aos parceiros do Mercosul na reunião da Federação das Associações Rurais do bloco (Farm), em Buenos Aires.