Defesa do modelo de arroz

Resposta de Conarroz ao Editorial de El Financiero que acusa medidas internas de encarecerem e transformar a Costa Rica em dependente de arroz estrangeiro.

Em relação ao editorial do El Financiero, Arroz y Vientos de Cambio, permitam-me alguns esclarecimentos importantes que ajudarão os leitores a compreender a realidade sobre o preço dos grãos e a situação dos produtores.

Esta publicação indica, entre outras coisas, que a regulamentação do preço do arroz permitiu a um pequeno grupo de industrializadores deste cereal obter “lucros imensos à custa dos consumidores”.

Esta afirmação é imprudente, caluniosa e implica o oposto. Desde a sua implantação, o modelo de fixação do preço do arroz, inerente à lei da Corporação Nacional do Arroz (Conarroz), que sugere o MEIC com base em estudos técnicos e este por sua vez é o que emite o decreto, tem buscado garantir o abastecimento de grão com uma porcentagem produzida em nosso país e assim evitar uma dependência total da oferta e oscilações de preços nos mercados internacionais. Desta forma, consegue-se um mix para fornecer segurança alimentar, preços justos e emprego em áreas rurais deprimidas.

Para os consumidores em geral, mas principalmente para os que pertencem aos decis mais baixos da sociedade, o modelo regulado permite-lhes obter preços estáveis ​​e justos e um produto de excelente qualidade.

Para dar um exemplo, o índice de preços do arroz, entre junho de 2015 e julho de 2020, caiu 2%, enquanto o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), teve um aumento de cerca de 6% no mesmo período.

O arroz é o único produto da cesta básica que apresentou tendência de queda nos últimos dez anos na Costa Rica.

Isso significa que, efetivamente, a regulamentação dos preços do arroz permitiu que o custo desse produto diminuísse para todos os costarriquenhos, mas principalmente para os mais pobres.

Isso significa que, efetivamente, a regulamentação dos preços do arroz permitiu que o custo desse produto diminuísse para todos os costarriquenhos, mas principalmente para os mais pobres.

Por outro lado, um modelo de precificação protege os consumidores das oscilações de preços no mercado internacional.

Num contexto de mercado liberado, o produtor nacional no curto, médio prazo, desapareceria do contexto econômico produtivo do país, dando lugar a uma oferta cem por cento baseada nas importações.

Assim, o país ficaria em uma posição delicada por depender exclusivamente do mercado externo para alimentar a população de arroz.

A FAO recomenda ativar a agricultura interna de grãos básicos dos países, para não cair nessa dependência total, que teria consequências catastróficas, quando o aparato produtivo fosse desmontado.

Se o mercado mundial altamente subsidiado estiver com preços baixos, os importadores poderiam comprar arroz suficiente para abastecer o país, levando à falência os produtores locais e o agronegócio do arroz.

Atualmente este setor promove mais de 33.000 empregos diretos e indiretos que se desenvolvem nos cantões rurais mais desfavorecidos, estamos falando de cantões costeiros e limítrofes, longe da grande área metropolitana.

Estamos a falar de milhares de famílias que ficariam sem o seu sustento quotidiano e cujo estado deprimiria ainda mais as condições destas zonas desfavorecidas, agravando o índice de desemprego.

Mas quando o preço subir, como vem acontecendo recentemente em outros mercados, como América do Sul e Ásia, o aumento seria assumido diretamente pelos consumidores, que não teriam mais a possibilidade de recorrer aos produtores locais para encontrar preços melhores.

Se somarmos a isso que os produtores locais fornecem cerca de 38%, a segurança alimentar estaria em risco com preços mais altos e possível escassez de grãos na mesa costarriquenha.

É importante destacar nesta seção o esforço feito pelo país para garantir ao costarriquenho um grão de alta qualidade, o que pode ser verificado através do laboratório de controle de qualidade certificado que possui a Conarroz. Este arroz também passa por um processo de fortificação e vitamina que satisfaz as necessidades nutricionais das famílias costarriquenhas, tendo uma enorme contribuição para a saúde pública, pois contribui para a redução de muitas doenças.

Além do exposto, deve-se destacar que os esforços necessários estão sendo feitos para a transferência de tecnologia e manejo agronômico adequado, o que permite maior produtividade das propriedades nas cinco áreas arrozeiras do país, de forma que um percentual ideal de abastecimento. podem ser alcançados localmente e, portanto, dependem de uma forma equilibrada de importações.

Diante dessa explicação, é extremamente importante que a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) corrija as informações errôneas em que se baseou o estudo publicado sobre o arroz, no qual critica o modelo de preços administrados. É apropriado que este organismo retifique e conclua que o regime de regulação dos preços do arroz foi benéfico para o consumidor.

Em nota enviada pelo Conarroz a este organismo, esclareceu-se que a informação utilizada pelo Instituto Nacional de Estatística e Censos (INEC) mistura no inquérito de receitas e despesas, as despesas das categorias de arroz regulamentadas com as despesas das categorias não regulamentadas regulamentado.

Isso gerou uma conclusão errada com base em um aumento nos gastos gerais para os decis mais pobres da sociedade, mas se desagregados, em vez disso, os gastos com arroz regulado caíram de 5,3% em 2013 para 4,6% no ano.

Já na categoria não regulado (arroz especial), passou de 4% para 9%.

É muito importante que os comissários da Comissão de Promoção da Concorrência analisem todos estes aspectos, e levem em conta que uma liberação do preço do arroz causaria enormes prejuízos ao país, não só aos produtores e agroindustriais, mas a milhares. das famílias que dependem da produção de arroz e os 5 milhões de consumidores que necessitam desse produto básico para sua alimentação.

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