Déficit hídrico já chega a 38,5%

Federação dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul divulgou levantamento feito em 38 regiões .

Há um mês e meio do início do plantio de arroz, o Rio Grande do Sul acumula um déficit hídrico de 38,5%. O levantamento foi feito ontem pela Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz) em 38 regiões gaúchas.

Se tivessem de começar hoje a safra, os arrozeiros só teriam água para plantar 637 mil hectares, ante 1,036 milhão cultivados no ano passado.

– Estamos torcendo por novas chuvas nos próximos dias, mas acho muito difícil que haja uma recuperação total da nossa capacidade. Acredito que poderá haver uma redução de 10% a 15% na área plantada – diz o presidente da Federarroz, Valter Pötter.

A coordenadora da Central RBS de Meteorologia, Cátia Valente, explica que a falta de água ainda é reflexo da seca do verão e do baixo índice pluviométrico de 2004.

– Não há evento climático previsto que vá desorganizar o clima nos próximos meses. Mas mesmo que chova em torno da média, não deve haver recuperação total (do déficit hídrico) – complementa.

A situação mais grave é a da região de Candelária, no Vale do Rio Pardo. No município, a disponibilidade hídrica é de 27%. Com esse nível, dos 15,2 mil hectares plantados com o cereal na safra passada, só 4,1 mil poderiam ser cultivados.

– Choveu muito pouco no verão, e depois também não tivemos mais precipitações. Dá para ver as pedras no leito do rio Pardo, e os açudes da região estão com 30% da capacidade – diz Luciano Siqueira, do núcleo de assistência técnica do Instituto Riograndense do Arroz (Irga) em Candelária.

A situação também preocupa às margens da Lagoa dos Patos. A falta de chuvas faz com que a água do mar avance lagoa adentro, salinizando-a e tornando-a imprópria para irrigar as lavouras. Por conta disso, o déficit hídrico para o arroz é de 65% em Tapes e de 67% em São Lourenço do Sul.

Por outro lado, não falta água na região da Fronteira, onde choveu em excesso nos últimos meses. Municípios como São Borja e Santana do Livramento estão com capacidade plena para a próxima safra.

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