Demonstração de força e união

 Demonstração de força e união

Renato Rocha e José Gross: parceria confirmada para 2011

Programação deu a partida para as demandas setoriais da cadeia produtiva do arroz.

A sustentabilidade da lavoura orizícola gaúcha, as tecnologias voltadas à obtenção de altas produtividades e os impactos do fenômeno climático El Niño foram alguns dos destaques da programação da 20ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, realizada de 25 a 27 de fevereiro, no Parque de Exposições do Sindicato Rural dos Produtores de Arroz de Camaquã (RS). O evento, promovido pela Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) e Associação dos Arrozeiros do município, também foi marcado por uma demonstração de força e união da cadeia produtiva do RS frente a uma safra ofuscada por perdas nas lavouras gaúchas estimadas em 1 milhão de toneladas em decorrência do clima.

Durante três dias foram discutidos temas como desoneração tributária, acesso aos mercados internacionais, equilíbrio nas importações do Mercosul, mecanismos de comercialização e renda para o produtor, legislação ambiental e revisão da política agrícola para o setor. “É na Abertura da Colheita que estabelecemos a agenda setorial nas discussões com a cadeia produtiva, quando definimos metas e ações por políticas agrícolas que nos permitam maior estabilidade na comercialização ao longo do ano”, explicou o presidente da Federarroz, Renato Rocha.
A estrutura montada para receber os cerca de 5 mil visitantes que prestigiaram a Abertura da Colheita também mereceu destaque. Foram instalados estandes para 60 expositores, dois auditórios climatizados para a realização dos painéis e palestras técnicas, uma vitrina tecnológica com as principais empresas de insumos e centros de pesquisas do país, além da lavoura onde foi realizada a abertura simbólica da colheita do arroz no Brasil.

Um planejamento estratégico foi detalhadamente idealizado como forma de permitir um rápido acesso dos visitantes ao parque e também o deslocamento à lavoura da abertura e à vitrina tecnológica. “Criamos condições para que, confortavelmente, o produtor, o técnico e o visitante em geral tenham rápido acesso aos locais dos eventos e possam inserir-se na programação técnica com o maior aproveitamento possível”, informou Rocha.

O secretário estadual da Agricultura, João Carlos Machado, natural de Camaquã, fez um apelo para que o Governo Federal apresse a liberação de recursos para os produtores que tiveram perdas nas lavouras em decorrência do excesso de chuvas e garantiu que o Governo Estadual continuará se empenhando na liberação de recursos para o setor.


Recursos para o setor
Solenidade: máquinas na lavoura e demandas para o GovernoDurante a 20ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) anunciou a liberação de R$ 600 milhões em empréstimos do Governo Federal (EGF) para a lavoura orizícola. O setor ainda espera outros R$ 600 milhões para mecanismos de comercialização do Banco do Brasil.

O Governo do Estado anunciou um aporte de R$ 9 milhões para o Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga). Os recursos integram a terceira e última parcela dos R$ 27 milhões em investimentos na autarquia.

De acordo com o presidente do Irga, Maurício Fischer, os recursos serão aplicados na construção da nova sede, no vertedouro da barragem de Capané, em obras na Estação Experimental do Irga e construção de 10 casas do arrozeiro.

O presidente da Federarroz, Renato Rocha, cobrou do Governo Federal a liberação de recursos que já estão protocolados. O pleito é de R$ 250 milhões, divididos em crédito emergencial – R$ 2.500,00 por produtor por hectare perdido, rebate de custeio e investimento de 2010/11 e recursos para a reconstrução das propriedades.

Também solicitou mecanismos de comercialização para que sejam garantidos os recursos em igual número e volume do ano passado para que os produtores tenham sustentação no momento da comercialização da safra.

Rocha convocou a criação de uma força-tarefa gaúcha, incluindo lideranças políticas, em favor da lavoura e dos produtores para acelerar a liberação destes recursos. “Também é o momento para pedirmos a revisão da política agrícola, além de ajustes no seguro agrícola – que tem muitos aspectos a serem corrigidos -, e acesso ao crédito a todos os produtores indistintamente”, destacou.

CRÉDITO
A questão do crédito agrícola foi retomada pelo presidente da Farsul, Carlos Sperotto. Ele informou que R$ 40 bilhões destinados a esta modalidade de financiamento aos produtores deixaram de ser utilizados para a finalidade a que foram destinados.

O deputado Luis Carlos Heinze também reforçou as demandas da Federarroz, sobretudo no tocante à questão da comercialização da safra, lembrando que a lavoura gaúcha de arroz nesta safra registrou perdas totais em 70 mil hectares. Estas perdas, segundo ele, correspondem a R$ 600 milhões. Federarroz e Associação de Arrozeiros confirmaram a próxima abertura para Camaquã, em 2011.

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