Depois de comprar a Santa Amália, Camil mira novas aquisições
(Por Clarice Couto, Luisa Laval e Bruna Camargo/ Estadão Conteúdo) Conhecida pelo arroz e pelo feijão, além dos pescados da marca Coqueiro e o Açúcar União, a Camil vai usar a marca Santa Amália para disputar a gôndola dos macarrões. O negócio, de R$ 410 milhões, sendo R$ 150 milhões em dívidas, foi anunciado na segunda-feira, 16. A empresa, porém, diz que a onda de aquisições não deve parar por aí. “Temos apetite para fazer outras aquisições na cadeia de trigo, que abrange farinha, massas e biscoitos”, afirmou Luciano Quartiero, presidente da Camil, em teleconferência sobre o negócio, nesta terça-feira, 17. “Continuamos ainda trabalhando para entrar no segmento de café.”
Com receita líquida de R$ 476 milhões em 2020, a Santa Amália ocupa a primeira posição no mercado de massas de Minas, com participação de 41,5%, e é a quarta no País, com 7%.
Em Minas Gerais, a Santa Amália chega a mais de 12 mil pontos de venda com as marcas Santa Amália, Speciale e Don Sapore. A ideia é aproveitar a estrutura do negócio adquirido para distribuir os outros produtos da Camil no Estado.
A Camil estima que a aquisição deve gerar sinergia de R$ 20 milhões em 12 meses. A empresa deve fazer investimentos para reduzir a capacidade ociosa da fábrica da Santa Amália em Machado (MG).
Em relatórios, analistas do Bradesco BBI e da Ágora Investimentos disseram que “a avaliação paga pela Camil não parece particularmente atrativa”. De acordo com Ricardo França, analista da Ágora, a operação, por outro lado, “adiciona diversificação positiva para a Camil”.