Dia de Campo Estadual reúne cerca de 800 produtores em Cachoeirinha

O evento foi realizado pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), por meio da Divisão de Pesquisa e da Divisão de Assistência Técnica e Extensão Rural (Dater).
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Em busca de conhecimentos e novas tecnologias, centenas de arrozeiros visitaram, nessa quinta-feira (03), as seis estações experimentais apresentadas durante o Dia de Campo Estadual, na Estação Experimental do Arroz (EEA), em Cachoeirinha. O principal objetivo foi a difusão de tecnologias, além de mostrar as novidades e os resultados de pesquisa para a lavoura de arroz irrigado. O evento foi realizado pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), por meio da Divisão de Pesquisa e da Divisão de Assistência Técnica e Extensão Rural (Dater).

O secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi, salientou que a Secretaria junto com o Irga tem o papel de implementar medidas para reduzir os custos de produção. “O arroz é uma das culturas mais importantes da Metade Sul do Estado, na questão social e econômica. O desafio é melhorar a renda e garantir rentabilidade para a lavoura”, ressaltou.

Segundo o presidente do Irga, Claudio Pereira, o Dia de Campo tem a função de prestar contas à sociedade e apresentar aos produtores o que já está disponível. “Esse encontro arrozeiro mostra o futuro da lavoura e é uma oportunidade para os produtores se programarem para receber as tecnologias e trazer as novidades. Além disso, queremos aproximar cada vez mais o Irga dos produtores”, destacou.

Para o gerente da Divisão de Pesquisa, Sérgio Gindri, trata-se de um evento essencialmente técnico, do Irga com os produtores. “O Dia de Campo Estadual é o principal evento técnico da região que reúne produtores de todas as regiões arrozeiras do Estado”, afirmou.

De acordo com o gerente da Dater, Rui Ragagnin, é um momento ímpar, de interação da pesquisa com o agricultor. “É uma oportunidade onde a pesquisa divulga o conhecimento e o orizicultor traz suas dúvidas por meio de um contato permanente”, enfatizou.

Conforme o presidente da Emater, Lino de Davi, o Irga tem cumprido um papel importante na cadeia produtiva do arroz, na pesquisa, na extensão rural e na promoção de difusão de tecnologias aos arrozeiros.

O encontro orizícola teve como tema “Tecnologias que geram sustentabilidade e rentabilidade”, sendo o foco citado pelos pesquisadores em todas as estações, nas diferentes fases da lavoura. Os engenheiros agrônomos, técnicos e extensionistas do Instituto conduziram grupos de produtores ao campo, onde eram recepcionados por pesquisadores em cada estação. Sustentabilidade com tecnologia foi o foco da primeira estação, apresentada pela pesquisadora da EEA, Vera Mussoi e pelo consultor técnico, Claudio Mundstock. Eles destacaram a importância do uso racional dos recursos naturais para a lavoura de arroz.

Os pesquisadores do Irga, Rodrigo Schoenfeld e Felipe Carmona, na segunda estação, apresentaram as “Boas práticas de manejo na adubação”. Carmona mostrou experiências e resultados em diferentes níveis de adubação. “O arroz responde a adubação desde que se tenham práticas adequadas de manejo. Isso é fruto de uma conscientização do produtor”, destacou.

Na terceira estação, o engenheiro agrônomo, José Mauro Guma, mostrou uma área de sementes genéticas. “O objetivo é manter a qualidade das sementes genéticas. Na safra passada foi produzida um milhão de sementes certificadas. Neste ano, a expectativa é produzir 1,5 milhão”, enfatizou.

As pesquisadoras Renata Cruz e Mara Lopes falaram, na quarta estação, sobre os Projetos desenvolvidos pela equipe de Melhoramento Genético. Foi destacada a avaliação do potencial produtivo de linhagens promissoras em diferentes ciclos com qualidade e resistência a toxidez e a doenças, oferecendo ao produtor diferentes opções. Os ensaios apresentados mostraram, também, o comportamento da planta no atraso da colheita.

O Programa de Melhoramento Genético de Arroz Híbrido foi mostrado, na quinta estação, pelos pesquisadores Antônio Rosso, Ricardo Scherer e Lianfang Wang. O trabalho é realizado por meio de uma parceria entre o Irga e a Fazenda Ana Paula. Segundo Rosso, o objetivo é desenvolver híbridos para o Estado e superar patamares de rendimentos de cultivares convencionais. Ele destacou o Híbrido 9 entre os mais promissores.

Na sexta estação, a pesquisadora Cláudia Lange e o engenheiro agrônomo Anderson Vedelago apresentaram as estratégias da rotação de arroz irrigado com soja. A técnica tem função de limpar a área da lavoura e é benéfica para o combate ao arroz vermelho. Vedelago salientou que o Irga é pioneiro, no Estado, no processo de cultivo de soja em microcamalhão. O engenheiro agrônomo explicou que a drenagem e a irrigação devem estar juntas nesse processo de cultivo.

O produtor e conselheiro do Irga, Fernando Quadros Cardoso, de Capivari do Sul, disse que os eventos do Irga são proveitosos. “Este ano, em especial, onde na região da Planície Costeira Externa se esperava La Niña, e colocamos muito nitrogênio na lavoura. No entanto, tivemos um período chuvoso, com alto índice de brusone. Temos que buscar estas informações que recebemos nesse evento, aproveitar ao máximo, e combater o arroz vermelho e as doenças que aumentaram muito neste ano. O Dia de Campo é uma oportunidade para não perdermos a qualidade do arroz da nossa região”, completou.

Para o arrozeiro e conselheiro do Irga, Nelson Tatsch, de Rio Pardo, o evento é uma oportunidade para verificar os trabalhos de desenvolvimento da pesquisa de nossas cultivares de manejo e do processo de cultivo e da difusão de tecnologias. “É uma oportunidade de questionamentos, de esclarecimento de dúvidas de campo. É um momento ímpar”, concluiu.

O Dia de Campo Estadual contou com a presença de agricultores, técnicos de empresas privada e pública, estudantes, pesquisadores, e interessados na cultura. O evento técnico teve o apoio do Governo do Estado, Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio e Fundação Irga.