Diagnóstico do Irga revela importância social da cultura do arroz

A cada 30 hectares de arroz plantados no Rio Grande do Sul é gerado um emprego.

Diagnóstico do Irga revela importância social da cultura do arroz
A geração de um emprego a cada 30 hectares de área plantada é um dos resultados parciais apurados pelo Governo do Estado no Censo da Lavoura de Arroz Irrigado/2005. O diagnóstico, elaborado pelo Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga), determina o estágio de desenvolvimento das regiões orizícolas do Rio Grande do Sul, que são Fronteira Oeste, Campanha, Planície Costeira (interna e externa) a Lagoa dos Patos, Zona Sul e Depressão Central. A pesquisa servirá de base para a composição de novas diretrizes, programas e estratégias de desenvolvimento da cultura nos próximos dez anos.

A pesquisa consiste da aplicação de questionário aos 15 mil produtores de 136 municípios arrozeiros do Estado, tarefa confiada a 80 recenseadores vinculados aos 40 núcleos de assistência técnica do Instituto. “A consulta vai dizer quantos agricultores plantam, como plantam, a situação fundiária (terras próprias e arrendadas), permitindo que, em breve, haja um amplo diagnóstico do setor, para melhor ajustá-lo às exigências do competitivo mercado de commodities”, explica Maurício Fischer, diretor técnico do Irga, responsável pela coordenação do levantamento.

“De forma prática e objetiva, os produtores fornecem informações pertinentes a suas lavouras, pois queremos obter dados fidedignos e atualizados sobre número de tratores e colheitadeiras em operação, idade do maquinário, tipos de cultivo (mínimo, plantio direto, pré-germinado, convencional), colheita, empregados, estágio tecnológico, uso de adubação e defensivos agrícolas, sistemas de aplicação de água, controle ambiental, a fim de atribuir o devido peso a cada um deles no contexto do processo”, acrescenta Fischer. Ele ressalta o caráter confidencial mantido no trabalho. “As respostas pessoais de cada agricultor serão organizadas em números absolutos, sem revelar a origem, servindo para uso exclusivo do Governo do Estado”, garante.

Embora o trabalho de campo ainda se desenvolva em propriedades da Depressão Central e da Planície Costeira Interina e a consolidação dos dados esteja prevista apenas para dezembro, na forma de um publicação oficial, o Censo da Lavoura de Arroz Irrigado/2005 já confirma a importante função social desempenhada pelo cereal mais consumido pelas famílias brasileiras. “A cadeia produtiva responde pela manutenção de 300 mil postos de trabalho diretos e indiretos”, enfatiza Maurício Fischer. O dirigente cita outro levantamento do Irga, encerrado nesta semana, apontando que 72% da área prevista – mais de 1 milhão de hectares – para cultivo de arroz no Estado foi semeada na época ideal.

Os números indicam que, de um total de 729,23 mil hectares plantados até o presente momento, a Zona Sul apresenta o maior percentual – 87,86% de um total previsto de 158,2 mil hectares – de cobertura, seguida por Fronteira Oeste (86,66%), Campanha (83,51%), Planície Costeira Interna (66,51%), Depressão Central (51,53%) e Planície Costeira Externa (30,47%). “Apesar das adversidades, estamos alcançando nosso objetivo, fazendo com que os produtores cada vez mais se conscientizem das recomendações técnicas preconizadas pelas áreas de pesquisa e extensão do Irga, que insistem na necessidade de preparar o solo no período certo”, afirma Fischer, que espera por uma produção levemente superior aos 6,3 milhões de toneladas.

A China segue como o principal produtor mundial de arroz, com 186.730 mil toneladas, equivalentes a 30,7% do total produzido, seguida pela Índia com 20,4%. A produção brasileira corresponde a apenas 2,2% da produção mundial e tem-se mantido próxima a 10 milhões de toneladas. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Economia e Estatística (IBGE), em 2004, a Região Sul, principal produtora de arroz do país, colheu uma safra de 7,5 milhões de toneladas, que correspondeu a 56,73% do arroz brasileiro.

O Rio Grande do Sul sozinho foi responsável por 47,74% do total colhido na região, com sua produção tendo um crescimento de 34,94% – passou de 4,6 milhões de toneladas, em 2003, para 6,2 milhões em 2004. No período, o Estado obteve rendimento médio – 6 mil quilos/hectare – recorde e superou em 24% a produtividade constatada no ano anterior. A maior safra da história da orizicultura gaúcha foi favorecida pelas condições climáticas registradas durante o ciclo da cultura, com poucas chuvas e boa insolação, situação reforçada pela adoção de novas tecnologias – novas variedades com maior potencial produtivo, manejo, sistemas produtivos e gerenciamento

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