Dívidas agrícolas com sistema financeiro superam os R$ 280 bilhões

 Dívidas agrícolas com sistema financeiro superam os R$ 280 bilhões

Deputados estão levantando o real valor da dívida agrícola

Balanço do Banco Central exclui o chamado “endividamento oculto”, débito dos produtores rurais com cooperativas, cerealistas, trades e demais fornecedores.

A Comissão Externa Sobre o Endividamento Agrícola (CEXAGRI) se reuniu nesta quarta-feira (14) e revelou dados preocupantes sobre as dívidas acumuladas pelo setor produtivo junto ao sistema financeiro. De acordo com dados do Banco Central, em dezembro de 2017, o passivo acumulado atingiu R$ 280,4 bilhões. O balanço exclui o chamado “endividamento oculto”, que agrega as dívidas contraídas junto a cooperativas, empresas cerealistas, trades, revendas de defensivos e demais fornecedores.

O coordenador da CEXAGRI, deputado Jerônimo Goergen (Progressistas-RS), disse que o colegiado está chegando mais perto de números reais, o que vai permitir o encaminhamento de uma proposta formal ao governo federal, que seja capaz de auxiliar os produtores. “A nossa maior dificuldade será encontrar um mecanismo para trazer esta dívida oculta para dentro do sistema financeiro. E, assim, reformular o perfil dessa dívida, dando aos produtores mais prazo de pagamento a juros reduzidos. Isso vai permitir com que os agricultores tenham melhores condições de renda e possam acessar as novas linhas de crédito para fazerem girar seus negócios”, detalhou Jerônimo.

De acordo com o sub-relator de Agricultura Empresarial, deputado Evair Melo (PV-ES), a situação encontrada no Espírito Santo é bastante reveladora. O parlamentar explica que a inadimplência histórica no estado era menor do que 1%. Hoje, o não pagamento dos débitos já superou 20% do universo contratado. “Isso mostra que a agricultura, mesmo superavitária na balança comercial, não garante ao produtor a remuneração necessária para pagar os próprios custos de produção, muito menos honrar os débitos”, destacou. O parlamentar cobrou do governo ações emergenciais de renegociação de contratos e anistia de dívidas.

Nesta quinta-feira (15), os integrantes da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) serão recebidos no Palácio do Planalto pelo presidente Michel Temer. No encontro, os integrantes da CEXAGRI vão reforçar a necessidade de criação de um grupo interministerial para acelerar a tomada de decisões para o enfrentamento da crise de renda no campo. Segundo o sub-relator de Agricultura Familiar, deputado Zé Silva (SD-MG), a integração de diversos órgãos de governo no debate é fundamental para evitar o desencontro na tomada de decisões. “O que tem acontecido nas últimas décadas é que a Casa Civil autoriza uma negociação, depois vem o Ministério da Fazenda, o Planejamento e colocam dificuldades. Por último, o próprio Tesouro e a Procuradoria da Fazenda Nacional alegam que não tem como operacionalizar. Nosso objetivo é dar efetividade e garantir que as decisões tomadas sejam aplicadas em favor da agricultura”, explicou Silva.

Calendário

A Comissão Externa Sobre o Endividamento Agrícola (CEXAGRI) também definiu o calendário inicial de audiências públicas: 27 de março em Belo Horizonte (MG) e 28 de março em Palmas (TO). No dia 3 de abril, em Brasília, está prevista uma grande reunião com todas as entidades representativas do setor produtivo.

1 Comentário

  • Pois é meus amigos. Quando eu venho aqui e digo que estamos falidos, quebrados, insolventes, que a situação é irrevogável e periclitante muitos acham que eu sou chorão, exagerado, franco-atirador, aspone e blá blá blá ba! Os números não mentem e devemos duas vezes mais que o tão alardeado rombo da previdência social!!! Mas o governo não tá nem ai para uma Reforma na Agricultura porque tudo isso lhe convém… É certeza absoluta de comida barata na mesa do povão! Esses numeros comprovam uma certeza que eu sempre tive: plantar arroz é TUFO para quem não tem como industrializar e vender seu próprio produto! Lucro certo tem o Cartel, os agiotas, os bancos, o governo via tributos… O sistema faliu porque temos excesso de produção e oferta! Com o Custo Brasil e a politica cambiaria atual não somos competitivos no exterior… Importamos sem precisar!!! Quem não parar ou reduzir em 30% ano que vem está frito!!! Não adianta renegociar dividas e seguir plantando com um minimo de lucro e certeza!!!

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