Dólar dá refresco, mas agora o problema é demanda e transporte

 Dólar dá refresco, mas agora o problema é demanda e transporte

Foto: Robispierre Giuliani

(Cleiton Evandro dos Santos, AgroDados/Planeta Arroz) Se nos primeiros seis meses do ano comercial – março a agosto – o grande problema do arroz brasileiro para concorrer no mercado internacional eram os preços mais altos no mercado interno e o câmbio, agora que o dólar disparou, a demanda e o custo do transporte são os obstáculos. Boa parte do mercado tradicional brasileiro se abasteceu nos EUA, na Ásia e até na Argentina – caso de Cuba – e agora o mercado está ofertado pela safra norte-americana.

O custo do transporte, que subiu de 50 dólares para mais de 300 dólares por tonelada, também tem dificultado as negociações brasileiras com o exterior. Com isso, o Brasil ainda é superavitário na balança comercial, mas tem um desempenho abaixo do seu potencial. Traders consideram que o Brasil perdeu de vender pelo menos 350 mil toneladas de arroz por falta de oferta em valores competitivos. E nem foram tão grandes assim.

Em alguns casos, menos de 25 centavos de dólar, que na época correspondia a pouco mais de R$ 1,00 por saca. Com os EUA dominando os mercados das Américas, África e Europa no momento, resta ao Brasil torcer para que a redução produtiva dos norte-americanos e a qualidade considerada um pouco inferior também em qualidade da safra dos concorrentes do norte do continente favoreçam uma volta mais firme do grão brasileiro ao mercado na entrada de 2022.

No mercado brasileiro a situação segue sem grandes novidades. O varejo entra no mercado forçando preços cada vez mais baixos, a indústria resiste como pode, e busca, quando preciso, abastecer-se de matéria-prima. O produtor, por sua vez, tenta resistir, mas começa a perceber que o carregamento de estoque é alto e que está a caminho uma ótima safra. A condição de emergência da primeira metade da área é considerada muito boa no Rio Grande do Sul.

O Indicador de Preços do Arroz em Casca Esalq-Senar/RS no Rio Grande do Sul aponta média de comercialização em R$ 72,52 na última terça-feira, dia 19. Em dólar, por causa do câmbio acima de R$ 5,59 na terça-feira, o arroz voltou para sua média histórica, no Brasil, de US$ 12,98.

PREÇOS AO CONSUMIDOR

Os preços médios ao consumidor seguem em queda no Brasil. Nas seis capitais pesquisadas por Planeta Arroz, o pacote de 5 quilos de arroz branco, Tipo 1, está abaixo de R$ 24,00 e, em algumas cidades bem próximo dos R$ 22,00. As mínimas também caíram. A tendência se mantém em queda, mesmo que o Brasil retome as exportações. Isso porque negócios, mesmo, só para embarque em 2022. Até lá, serão embarcados pequenos volumes de arroz branco e quebrados.

1 Comentário

  • Tchê pq meus comentários estão sendo bloqueados? Será que foi um pedido da industria? Me explica pq o setor calçadista e o pessoal da soja que está exportando muito não está reclamando do frete? Não tem uréia! Não tem glifosat! Adubo R$ 6.000/ton. La Nina forte! A industria sentada nos preços mentindo que o arroz na gôndola não tá saindo!

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