Dólar fecha em alta e vai a R$ 3,95 com piora da tensão comercial entre EUA e China
Nesta segunda-feira, a moeda norte-americana subiu 1,68%, a R$ 3,9566, e chegou ao maior patamar de fechamento desde 30 de maio..
O dólar subiu nesta segunda-feira (5), em meio à forte aversão a risco nos mercados externos depois que o iuan rompeu a marca de 7 por dólar diante do recrudescimento de tensões comerciais entre China e Estados Unidos.
A moeda norte-americana subiu 1,68%, vendida a R$ 3,9566. Veja mais cotações. Na máxima do dia, o dólar chegou a R$ 3,9666. É o maior patamar de fechamento desde 30 de maio (R$ 3,9774).
Na sexta-feira, a moeda norte-americana avançou 1,15%, a R$ 3,8914. A China deixou o yuan romper o nível de 7 por dólar nesta segunda-feira pela primeira vez em mais de uma década, num sinal de que o país está disposto a tolerar mais fraqueza no câmbio.
"O mercado está todo pautado pelo exterior. Essa atuação do banco central da China ao permitir a desvalorização do iuan é um sinal de resistência no conflito com os EUA", disse à Reuters Camila Abdelmalack, economista-chefe da CM Capital Markets.
Na ausência de qualquer outra novidade, o clima de aversão a ativos de risco e a fuga para ativos de maior segurança tendem a se estender ao longo de todo o pregão, completou Camila.
A desvalorização da moeda chinesa ocorreu dias depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, surpreender os mercados financeiros ao prometer impor tarifas de 10% sobre US$ 300 bilhões restantes das importações chinesas a partir de 1º de setembro.
O índice MSCI de moedas emergentes renovou as mínimas de 2019 e sofria a maior queda diária desde junho de 2016.
Do front doméstico, o Banco Central vendeu nesta sexta-feira todos os 11 mil contratos de swap cambial ofertados em leilão para rolagem do vencimento outubro. Em três operações até agora neste mês, o BC promoveu a rolagem de US$ 1,650 bilhão, de um total de US$ 11,5 bilhões.
Investidores também se prepararam para a retomada dos trabalhos no Congresso após o período de recesso parlamentar. A expectativa é que as pautas econômicas, especialmente a votação em segundo turno da reforma da Previdência, ocorram ao longo desta semana.