Dólar fecha em alta, mas segue perto de mínimas em quatro meses
(Por G1) O dólar fechou em leve alta nesta segunda-feira (10), com operadores mantendo posições num dia sem grandes catalisadores para o mercado, que aguarda ao longo da semana dados nos Estados Unidos e, aqui, a ata do Copom e novidades sobre a agenda de reformas.
A moeda norte-americana subiu 0,03%, cotada a R$ 5,2284. Na mínima do dia, chegou a R$ 5,1974.
Na sexta-feira, o dólar fechou em queda de 0,96%, cotado a R$ 5,2270 – menor cotação desde 16 de janeiro. Na parcial do mês, acumula queda de 3,73%. No ano, o avanço ainda é de 0,79%.
Uma pausa no câmbio já era esperada, segundo a agência Reuters. Indicadores técnicos já vêm apontando a moeda aproximando-se de terreno de subvalorização, o que pode limitar novas baixas nos próximos dias.
Na agenda do dia, o mercado financeiro elevou sua estimativa média para a inflação em 2021, de 5,04% para 5,06%, segundo pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira pelo Banco Central. A projeção para a taxa de câmbio no fim de 2021 recuou de R$ 5,40 para R$ 5,35.
Já a estimativa para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) no ano passou de 3,14% para 3,21%. Os analistas também mantiveram em 5,50% ao ano a previsão para a taxa básica de juros (Selic) no fim de 2021.
Investidores vão acompanhar na terça a ata do Copom – que poderá confirmar o tom mais duro do Banco Central sobre a inflação e, por tabela, a política monetária.
Na semana passada, o dólar acumulou uma queda de 3,76% frente ao real, refletindo a expectativa da continuidade de elevações na taxa básica de juros no Brasil, o que ajudaria a recompor de forma mais robusta o chamado diferencial de juros com o exterior, o que favorece o fluxo de dólares para o país. A expectativa do mercado é de que uma nova alta de 0,75 ponto percentual na Selic deva ocorrer em junho.
A Selic em alta aumenta a diferença entre os retornos oferecidos no Brasil ante os dos Estados Unidos e de outros mercados emergentes, o que eleva a atratividade do real, potencialmente valorizando a moeda.
O câmbio no Brasil também vem refletindo o comportamento da balança comercial, que registrou superávit recorde em abril, em meio a alta demanda mundial por produtos básicos, como alimentos e minério de ferro.
Além disso, no exterior, na quarta-feira, serão divulgados dados de inflação nos Estados Unidos, que se vierem mais brandos poderão fortalecer expectativas de que o banco central norte-americano manterá estímulos por mais tempo. Esse mesmo racional fez o dólar despencar em todo o mundo na sexta-feira, na esteira de números fracos de emprego nos EUA.