Dólar fecha em forte alta e vai a R$ 5,46
Nesta sexta-feira, a moeda norte-americana subiu 2,34%, a R$ 5,4609. Na semana, avanço foi de 2,7%.
O dólar fechou em forte alta nesta sexta-feira (26), voltando a se aproximar de R$ 5,50, em meio a cautela no exterior devido a persistentes dúvidas de investidores sobre a pandemia e seus efeitos econômicos.
A moeda norte-americana subiu 2,34%, a R$ 5,4609. Na máxima da sessão, chegou a R$ 5,4930. Veja mais cotações.
Na semana, o dólar avançou 2,7%. Na parcial do mês, subiu 2,33%. No acumulado de 2020, tem alta de 36,19%.
Esta é a terceira semana consecutiva de alta do dólar, que já recuperou força depois de cair abaixo de R$ 5 no início do mês.
Já o principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, recuou 2,24% nesta sexta.
Cenário local e externo
Lá fora, prevaleceu a cautela nos mercados à medida que os investidores evitaram apostas mais arriscadas, com o ressurgimento dos casos de Covid-19 nos Estados Unidos e seu impacto na economia global.
Os mercados dividiram as atenções nesta semana entre os temores de uma segunda onda de casos de coronavírus, principalmente nos Estados Unidos, e o otimismo em relação à melhoria dos dados econômicos na Europa, já que muitos países relaxaram as medidas de bloqueio.
Nesta sexta, a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, avaliou que a zona do euro "provavelmente superou" o pior da crise econômica causada pela pandemia, mas alertou que a recuperação será "desigual" e "incompleta".
Roberto Motta, responsável pela mesa de futuros da Genial Investimentos, destacou em live desta sexta-feira a volatilidade do real ante o dólar nas últimas sessões, que tem superado a de seus pares emergentes, e disse que é uma questão que deve ser abordada pelo Banco Central.
A autarquia tem marcado sua presença nos mercados com leilões de swap tradicional, e na véspera vendeu US$ 750 milhões em leilão com compromisso de recompra, mas muitos analistas avaliaram que essas medidas têm impacto limitado sobre os mercados de câmbio, destacou a Reuters.
Nesta sexta-feira, o Banco Central realizou leilão para rolagem de até 12 mil contratos de swap cambial tradicional com vencimento em novembro de 2020 e fevereiro de 2021, destaca a Reuters
Com coronavírus, Brasil deve colher sua primeira década de recessão
Além da maior incerteza econômica, a redução da Selic a mínimas históricas é apontada por analistas como fator de impulso para o dólar, uma vez que torna rendimentos locais atrelados aos juros básicos menos atraentes.
Outros aspectos que têm favorecido a busca por segurança são as incertezas e tensões políticas no Brasil, que podem ser ainda mais agravadas caso haja uma segunda onda global de infecções por coronavírus.