Dólar fecha em leve queda nesta sexta-feira, com cautela nos mercados internacionais

Moeda norte-americana encerrou a sexta-feira vendida a R$ 5,2039 em queda de 0,2%. Na semana, recuo foi de 3,28%.

Após uma manhã instável, o dólar fechou em leve queda nesta sexta-feira (24), com maior cautela nos mercados internacionais em meio a tensões diplomáticas entre os Estados Unidos e a China e com os negócios seguindo a perda de fôlego da moeda no exterior e atentos a declarações de um diretor do Banco Central sobre volatilidade cambial.

A moeda norte-americana encerrou o dia vendida a R$ 5,2039 em queda de 0,2%.

Na semana, o dólar recuou 3,28%. Na parcial do mês, acumula queda de 4,33%, mas segue com alta de 29,78% no ano.

Cenário

Os mercados avaliaram nesta sexta a intensificação das tensões entre Estados Unidos e China, além das perdas da Intel após a empresa informar atraso no desenvolvimento de tecnologia de novos chips.

As ações mundiais foram pressionadas depois que a China ordenou aos EUA que fechem seu consulado na cidade de Chengdu, respondendo à exigência dos EUA nesta semana de que a China feche seu consulado em Houston.

"Pode haver mais impacto sobre as ações, pense nas empresas de tecnologia, especialmente se a Casa Branca parar de dar às empresas norte-americanas um passe livre em suas negociações com a China", disse Stephen Innes, estrategista-chefe de mercados globais da AxiCorp.

Para Álvaro Bandeira, economista-chefe do banco digital Modalmais, "(o dólar) pode voltar um pouco, e a tendência é que a moeda fique oscilando nessa faixa, mais próximo dos R$ 5,20".

Do lado macro, as vendas de novas moradias unifamiliares nos Estados Unidos subiram mais do que o esperado em junho, amenizando receios sobre o ritmo da retomada econômica nos EUA, com os temores gerais elevados por renovadas tensões sino-americanas.

O mercado acompanhou ainda declarações do diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, de que a volatilidade cambial incomoda e está sendo estudada pela autoridade monetária, mas que há entendimento de que os instrumentos dos quais o BC dispõe não são adequados para atuação "para isso".

Ainda no radar dos investidores estava a notícia de que o número de norte-americanos que entraram com pedidos de auxílio-desemprego aumentou na semana passada pela primeira vez em quase quatro meses, sugerindo que a recuperação do mercado de trabalho dos EUA está estagnando em meio ao aumento dos casos de Covid-19 e demanda fraca.

"Há um pouco de correção, que foi motivada principalmente pela decepção com dados de auxílio desemprego nos Estados Unidos", disse Flávio Serrano, economista-chefe do banco Haitong. A moeda tinha apresentado movimento bastante forte nos últimos dias" e agora devolve parte das perdas, completou.

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