Dólar fecha em queda após alcançar o maior valor em 6 meses

 Dólar fecha em queda após alcançar o maior valor em 6 meses

(Por G1/Reuters) O dólar fechou em queda nesta quarta-feira (20), com os investidores analisando o rumo das contas públicas após informações de que o novo Auxílio Brasil vai pagar R$ 400 aos beneficiários. A moeda norte-americana recuou 0,65%, vendida a R$ 5,5583.

Na terça-feira, o dólar fechou em alta de 1,36%, a R$ 5,5944, no maior valor de fechamento desde 16 de abril. Com o resultado desta quarta-feira, acumula alta de 2,07% no mês e de 7,15% no ano.

CENÁRIO

As atenções por aqui seguiram voltadas às discussões sobre o Auxílio Brasil. Na tarde de terça-feira, o governo adiou o anúncio do valor da nova ajuda, que deverá substituir o Bolsa Família, após embates internos sobre o financiamento da proposta.

Nesta quarta-feira, o ministro da Cidadania, João Roma, anunciou que o Auxílio Brasil terá um reajuste permanente de 20% em relação aos valores pagos atualmente no Bolsa Família.

Ainda de acordo com o ministro, por determinação do presidente Jair Bolsonaro, será criado um “benefício transitório” para que as famílias recebam, até o fim de 2022, pelo menos R$ 400 mensais. João Roma não detalhou de onde virá o dinheiro no pronunciamento à imprensa, e não respondeu a perguntas dos jornalistas.

Investidores temem que as discussões sobre a ‘versão turbinada do Bolsa Família’ resultem no rompimento do teto de gastos, tido como âncora fiscal do Brasil, o que golpearia um já fragilizado cenário para as contas públicas no país.

Na segunda-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), sinalizou a discussão de um programa social fora do teto de gastos públicos.

Lira defendeu que, diante dos impactos sociais provocados no Brasil pela pandemia de Covid-19, não se pode priorizar a responsabilidade fiscal e o respeito ao teto de gastos em detrimento das necessidades da população mais vulnerável. “O prêmio de risco tem que aumentar mesmo. O mercado está entendendo essas medidas como populismo fiscal, de cunho eleitoreiro”, disse Sérgio Goldenstein, chefe da área de estratégia da Renascença.

“Além disso, você está desmoralizando o teto de gastos. Por que o governo a ser eleito em 2022 precisará respeitar o teto de gastos se o de agora não respeita?”, questionou, avaliando ser muito difícil reduzir posteriormente valores do auxílio – atualmente, o debate está em torno de um aumento temporário do novo Bolsa Família.

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