Dólar tem forte queda e fecha a R$ 5,31 no 1º pregão de julho

 Dólar tem forte queda e fecha a R$ 5,31 no 1º pregão de julho

No 1º semestre, moeda norte-americana acumulou alta de 35,66% – a mais intensa para a primeira metade do ano desde 1999..

Após abrir em alta, o dólar mudou de rumo e fechou em forte queda nesta quarta-feira (1), com dados positivos sobre a atividade nas principais economias ofuscando momentaneamente os temores em relação a uma segunda onda global de coronavírus.

A moeda norte-americana caiu 2,25%, vendida a R$ 5,3171. Na mínima da sessão, chegou a R$ 5,3053.

Na terça-feira, o dólar fechou cotado a R$ 5,4396, em alta de 0,25%. Assim, acumulou alta de 35,66% no primeiro semestre – o avanço mais intenso para a primeira metade do ano desde 1999, quando subiu 45,11% no processo de maxidesvalorização do real durante a transição para o regime de câmbio flutuante, destacou o Valor OnLine.

No acumulado do ano, o dólar tem alta de 32,6%.

O Banco Central ofertou nesta quarta-feira até 12 mil contratos de swap cambial tradicional com vencimento em novembro de 2020 e março de 2021.

Cenário externo

Apesar da cautela dos investidores diante dos temores de uma segunda onda de contágio por coronavírus, o dia foi marcado por maior otimismo nos mercados, após dados melhores da zona do euro e esperanças de uma recuperação econômica mais rápida.

Relatórios divulgados nesta quarta-feira mostraram que a contração da indústria da zona do euro foi mais fraca do que o inicialmente calculado em junho, enquanto a atividade industrial da China cresceu a um ritmo mais forte depois que o governo suspendeu as medidas de restrição do coronavírus.

Nos EUA, o relatório de emprego da ADP mostrou criação de 2,369 milhões de vagas no setor privado em junho, abaixo do esperado pelo mercado. É preciso apontar, contudo, que o dado de maio foi revisado de perda de 2,76 milhões de vagas para geração de 3,065 milhões de empregos.

Cenário interno

A alta da moeda norte-americana em relação ao real tem sido associada por analistas a um cenário de juros baixos e incertezas econômicas e políticas locais.

A primeira metade do segundo trimestre — do começo de abril até meados de maio — foi marcada por forte e contínua alta do dólar, que flertou com o recorde histórico nominal perto de R$ 6, diante de acirramento de tensões políticas domésticas e da percepção de que o Banco Central estava minimizando a volatilidade.

A partir do meio de maio até início de junho, a melhora do ambiente externo, massivas injeções de liquidez por bancos centrais e uma maior atuação do BC no mercado de câmbio motivaram desmontes de posições compradas em dólar, o que levou a divisa abaixo de R$ 5.

Mas a gangorra persistiu e, desde então, o dólar ingressou em novo período ascendente, tendo como pano de fundo volatilidade ainda maior no mercado de câmbio interno. O fluxo cambial ao Brasil também piorou, indicando menor oferta de dólar –portanto, maior pressão sobre a cotação.

A projeção do mercado para a taxa de câmbio no fim de 2020 continuou em R$ 5,20, segundo o último boletim Focus do Banco Central. Para o fechamento de 2021, ficou estável em R$ 5 por dólar.

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