Dólar tem nova alta e volta a fechar acima de R$ 5,20
No mês, a moeda ainda acumula queda, de 1,87%. Já no ano tem alta de 30,59%.
O dólar voltou a fechar em alta nesta terça-feira (16), com uma rápida virada para cima depois de o chefe do banco central dos Estados Unidos, Jerome Powell, reiterar cautela sobre a recuperação da economia e adotar tom conservador a respeito do programa de compra de títulos corporativos individuais.
A moeda norte-americana encerrou o dia em alta de 1,84%, a R$ 5,2365. No mês, a moeda ainda acumula queda, de 1,87%. Já no ano tem alta de 30,59%.
Cenário externo e interno
Depois de uma segunda-feira difícil para ativos arriscados, o clima nos mercados globais amanheceu mais otimista nesta sessão depois que o Federal Reserve anunciou que começará a comprar títulos corporativos por meio de instrumento de crédito corporativo do mercado secundário.
Mas o dólar passou a subir no Brasil enquanto a moeda acelerou os ganhos no exterior frente a uma cesta de rivais. Divisas emergentes – que assim como o real, se valorizaram mais cedo – passaram a perder terreno.
"O contexto de recuperação dos ativos continua frágil e dependente de fatores de baixíssima previsibilidade", disse a Infinity Asset em nota, mas "a monumental liquidez internacional força os investidores a manterem um cenário de mercado praticamente apartado do que se considera o mundo real".
Mais cedo, o mercado vendera dólares ante o real após salto recorde nas vendas no varejo norte-americano em maio, que fortaleceu expectativas de que o pior para a maior economia do mundo pode ter ficado para trás. O número se sobrepôs ao do varejo brasileiro, que em abril sofreu o maior tombo em 20 anos.
Agentes financeiros mostravam cautela também antes de, na quarta-feira, o Banco Central anunciar sua decisão de política monetária, com ampla expectativa entre investidores de corte de 0,75 ponto percentual da taxa Selic.
Nos últimos meses, o cenário de juros baixos no Brasil tem colaborado para alta da moeda norte-americana, uma vez que reduz os rendimentos de ativos locais atrelados à Selic, afastando o investimento estrangeiro. Esse contexto, somado a incertezas políticas locais, pode voltar a pressionar a moeda brasileira, que chegou a se aproximar da marca de 6 por dólar em meados de maio.