Drone substitui até 60 camponeses na semeadura de arroz na China


Teste realizado em um dos maiores grupos agrícolas chineses também visa compensar êxodo rural no país.

A chinesa XAG demonstrou, em abril, que a semeadura de arroz por drones não só é possível, como cada um deles pode substituir o trabalho de até 60 camponeses.

O teste foi realizado nas ‘Happy Farms’ da China, um dos maiores grupos agrícolas do país que tem uma área para testes de tecnologias agrícolas na província de Guangdong. Dois agricultores foram convidados a semear 5 kg de sementes de arroz pelo arrozal inundado e eles levaram cerca de 25 minutos para cobrir 1,2 mil m².

Já o drone seguiu uma rota pré-programada e distribuiu a mesma quantidade sementes com o sistema de espalhamento JetSeed em apenas dois minutos. Segundo a empresa, seu drone agrícola pode semear 5 hectares por hora, o demandaria de 50 a 60 camponeses.

Por isso, a Happy Farms adotou os drones autônomos da XAG para substituir o trabalho manual de semeadura, mas também de fertilização e pulverização de culturas.

Falar sobre drones é um dos nossos assuntos prediletos e temos diversas notícias como o aumento do mercado dos drones agrícolas no mundo, a aplicação de microbiológicos, debates do governo paulista, a consulta pública do Mapa e até um boletim AgEvolution no Youtube apenas sobre eles.

Mão de obra

Muitas outras fazendas na China estão preocupadas pelo problema do envelhecimento dos agricultores bem como com o desinteresse dos jovens pelas atividades braçais.

De acordo com o Bureau Nacional de Estatísticas, a população rural da China caiu 23% nas últimas duas décadas, enquanto as pessoas com mais de 55 anos constituem um terço da força de trabalho agrícola.

Quando a geração mais velha de agricultores se aposentar e os jovens buscarem as cidades para melhores empregos, o abastecimento de alimentos poderia estar ameaçado se dependesse desta mão de obra.

Semeadura noturna

Arroz semeado direto (DSR) refere-se ao processo de semear diretamente nos campos, sem cultivo e transplante em viveiro. Como alternativa à técnica convencional, ela evita a deterioração do solo e o uso intensivo da água. No entanto, o DSR só podia ser feita manualmente ou com grandes máquinas.

Diferentemente da produção em larga escala, grande parte da produção de arroz na Ásia não pode recorrer a máquinas automatizadas, como tratores sem motorista, devido aos custos, terrenos acidentados e ao tamanho pequeno de muitas fazendas.

O JetSeed é um sistema inteligente de espalhamento de sementes e grânulos para habilitar os drones à função de semeadura direta de arroz. Após uma simples configuração no aplicativo, ele gera fluxo de ar em alta velocidade para projetar a quantidade adequada de sementes no solo com precisão.

Esse mecanismo é projetado para manter o espaçamento ideal e a densidade uniforme da planta. Em comparação com a transmissão manual e a semeadora tradicional, a semeadura por drones prova alcançar maior taxa de brotos.

Li Qisheng, um operador de drones em Anhui, China, adotou o modo de operação noturna em maio deste ano para atender às crescentes demandas de semeadura direta autônoma.

“Há duas grandes vantagens de semear à noite com drones. Primeiro, a propagação aérea é mais precisa após o pôr do sol, pois geralmente há menos vento do que durante o dia. Segundo, ao estender o período operacional, aproveitamos bem o período de plantio”, disse.

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