Duas culturas principais
Dois cortes de lavoura
não sistematizados
alternam soja e arroz.
O orizicultor e engenheiro agrônomo Fernando Hoerbe, de Cachoeira do Sul, com dois cortes de lavoura, um de 360 hectares e outro de 330 hectares, consegue alternar a cada safra ambas as culturas, soja e arroz, apenas invertendo o corte e com excelentes resultados. “Hoje, o sistema de rotação nos proporciona ter duas culturas principais”, afirma.
Cultivando suas áreas na Barragem do Capané, em Cachoeira do Sul (RS), Hoerbe revela que iniciou o plantio de soja em área de várzea na década de 1980, mas, devido às cultivares disponíveis na época não favorecerem muito a produção, suspendeu o cultivo da oleaginosa em 1991. “Voltamos por um breve período entre 2002 e 2006, graças a um trabalho de parceria com a Embrapa Clima Temperado, de Pelotas. Em 2011, com o avanço das pesquisas, retomamos a cultura, inicialmente em uma área de 65 hectares. Em 2012, ampliamos para 100 hectares e posteriormente para 262 hectares em 2013”, explica.
Segundo ele, o aumento da área plantada com soja está diretamente relacionado à evolução do manejo e ao domínio da tecnologia, que são diferentes na cultura do arroz. “Outro diferencial em relação à soja é o fato dessas áreas não serem sistematizadas. Tenho restrição à sistematização por considerar uma agressão ao horizonte do solo e também pela dificuldade de fazer a drenagem”, avalia.
Para Hoerbe, uma das vantagens em ter duas culturas principais é a segurança que o produtor tem caso uma delas venha sofrer alguma perda. Na safra 2012/13, por exemplo, tivemos uma quebra de 10% na lavoura de arroz em decorrência da brusone, que afetou também a qualidade. “O impacto financeiro da empresa só não foi maior porque conseguimos compensar com o rendimento da soja”, compara. Na opinião do arrozeiro e engenheiro agrônomo, o produtor deve buscar alternativas em suas áreas mais apropriadas para cultivo de uma segunda ou até terceira cultura (soja e milho, por exemplo), mas é preciso saber que o manejo de cada uma é diferente e exigirá mais dedicação e planejamento.
Rotação: dilui o risco de perdas com uma só cultura
Soja: adoção exige mais dedicação e planejamento
