E ele voltou

 E ele voltou

Pulgão-da-raiz volta com força depois de longa ausência.

Uma das pragas que mais tem chamado a atenção de produtores e técnicos na região da fronteira-oeste do Rio Grande do Sul é o pulgão-da-raiz (Rhopalosiphym rufiabdominale). Ele já foi uma praga preocupante no passado, mas não aparecia gerando tantos danos há muito tempo. A população do inseto e o nível de danos que provoca nas lavouras de arroz, no entanto, recomeçaram a aumentar consideravelmente nos últimos anos, registrando ataques severos na safra 2003/2004.

O pulgão sempre teve como característica a concentração de seus ataques nas taipas. Nas últimas safras, no entanto, vêm sendo observadas ocorrências em outras áreas da lavoura, com a conseqüente geração de maiores perdas principalmente nas áreas mais altas, onde há problemas de irrigação. O pulgão entra no arrozal na fase anterior à irrigação e, normalmente, se faz presente entre 20% e 30% da área.

A partir da entrada da água, ele forma colônias nas taipas, onde concentra seus ataques. Em áreas muito grandes e distantes dos mananciais, o inseto costuma provocar muitas perdas pela redução no estande de plantas. O pulgão ataca na raiz do arroz, sugando a seiva. As plantas atacadas apresentam ressecamento das pontas das folhas que ficam enrugadas, endurecidas. Na linguagem da lavoura, ficam "encarquilhadas".

O dano, segundo o entomologista do Irga Jaime Vargas de Oliveira, resulta na redução da estrutura das plantas, que ganham uma coloração amarelada. Para evitar essas perdas, alguns cuidados são fundamentais. Como a fronteira é uma região de terras dobradas, com muitas taipas, o ideal é que o arrozeiro antecipe a entrada da água em áreas da lavoura onde a presença do pulgão é recorrente. O manejo da água é fundamental, pois o controle químico é muito difícil. O produtor precisaria dispor de um produto e mecanismos de aplicação para atingir as raízes da planta e de um diagnóstico precoce dos ataques, o que não é fácil.

– Há uma série de estudos em andamento, mas com poucos resultados práticos, explica o entomologista do Irga.

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