E que alimento

O arroz deve ser encarado como alimento.

Um dos consensos entre os participantes do Congresso Brasileiro de Arroz Irrigado, encerrado dia 10 de agosto em Pelotas (RS), é que o aumento no consumo do arroz de forma tradicional, branco e cozido, é refratário a qualquer ação, seja na estratégia de marketing ou de preços de mercado. A informação é da nutricionista Angélica Magalhães, que desenvolve ações dentro do Programa Para Aumento do Consumo, do Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga). Segundo ela, a cadeia produtiva deve inovar e diversificar sua linha de produtos para promover a ampliação da demanda de arroz, nas mais diversas formas, pelo consumidor. 

Entre as alternativas apresentadas por Angélica está a farinha de arroz (panificação, biscoitos), macarrão, arroz vitaminado, saborizado, ou amidos modificados do cereal. O Instituto Rio-grandense do Arroz (Irga) e o Centro de Estudos e Pesquisas em Agronegócios da UFRGS, em conjunto com outras várias instituições como a Embrapa Arroz e Feijão, vêm desenvolvendo várias ações nesse sentido. “Os resultados ainda são discretos, mas ascendentes e sólidos, o que indica irreversibilidade da tendência de aumento de produção e comercialização desses produtos”, diz Angélica. 

Para a pesquisadora, um entrave para o deslanche do consumo é que a cadeia produtiva sempre tratou o arroz mais como mercadoria do que como alimento. “Então o desafio é quebrar este paradigma e investir em mudanças tecnológicas, marketing e logística”. Um exemplo relatado por Angélica é o município gaúcho de Agudo, que desenvolve trabalho em conjunto com produtores, cooperativa, Prefeitura, comércio local e indústria para promover o consumo de seu principal produto agrícola. Segundo Angélica, após seis meses, todas as padarias do município substituíram em até 30% a farinha de trigo por farinha de arroz, que também foi incluída no programa de alimentação escolar municipal. A feira de produtores comercializa cucas e biscoitos caseiros feitos com farinha do cereal.

RECEITA
BOLO DE BERGAMOTA 

1 copo de farinha de arroz
1 copo de açúcar
1/2 copo de óleo
3 ovos
1/2 colher (sopa) de raspas de bergamota
200 ml de suco de bergamota fresco
1 colher (sopa) de fermento em pó
Misture todos os ingredientes secos. Junte os ovos e o óleo e misture bem. Vá adicionando o suco e mexendo vigorosamente até obter uma massa homogênea.
Asse em forno preaquecido. 

Arroz e feijão perdendo reinado

O brasileiro está comendo menos arroz e feijão. Esta queda no consumo está preocupando o Governo. Reis absolutos na mesa até pouco tempo, a mais perfeita combinação da culinária brasileira está perdendo espaço. De acordo com a pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cada brasileiro consome anualmente 12,4 quilos de feijão, o que já foi de 23 quilos na década de 60. Para tanto, o Governo, através do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, irá lançar uma campanha de incentivo ao consumo desses produtos. 

Identificando as demandas de mercado e antecipando-se à campanha do Governo, a própria indústria vem diversificando seus produtos com o intuito de aumentar as vendas e agregar valor ao cereal que beneficia. As chamadas linhas especiais estão tomando conta das prateleiras dos supermercados, a própria farinha de arroz já se tornou uma opção, tanto para os celíacos (intolerantes ao glúten) quanto aos não-celíacos, pois trata-se de um produto mais leve e menos calórico.

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