Eis o Memorial do Arroz de Cachoeira do Sul (RS)

 Eis o Memorial do Arroz de Cachoeira do Sul (RS)

Autoridades desceram a fita inaugural do projeto

Projeto ainda não possui custo estimado e precisará de parcerias.

As arquitetas Flávia Tischler, Mariana Pires e Renata Streit apresentaram na noite de ontem a sua proposta para reformular o espaço cedido pelo Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), onde será instalado o Memorial Nacional do Arroz, em Cachoeira do Sul. Cerca de 230 pessoas acompanharam a apresentação das profissionais logo depois do espaço ser aberto à visitação do público. A proposta de criar o Memorial do Arroz surgiu junto aos clubes de Rotary, que desde abril de 2011 se reúnem para formatar o projeto.

Na proposta, as jovens arquitetas sugerem uma revitalização do prédio, que ganhará nova fachada, bilheteria, área de exposição, lazer, uma cozinha para cursos práticos de culinária (escola de culinária), auditório, espaço para uma loja de presentes e uma cafeteria. Flávia, Mariana e Renata fizeram o projeto voluntariamente. Por enquanto, ainda não há estimativa do valor para que o projeto seja efetivado.

PARCEIROS – Segundo a diretora do Núcleo Municipal da Cultura, Mirian Ritzel, será preciso ir em busca de parceiros para viabilizar o projeto. “A história de Cachoeira é rica, e isso justifica este projeto. Muito já se perdeu, mas estamos em busca de provas materiais para garantir que esta história não se perca ainda mais”, destacou Mirian. No prédio, já estão instalados vários equipamentos que remetem à cultura do arroz. O prédio não ficará aberto e serão permitidas visitas apenas depois de reformado.

Defender não gostou do nome escolhido

O presidente da Oscip Defender, Telmo Padilha, que tinha um projeto para a construção de um Museu do Arroz em Cachoeira do Sul, não concordou com o nome de Memorial do Arroz para o local onde será instalada a memória da produção orizícola de Cachoeira. Padilha pondera que o nome de memorial é alusivo a algo que passou, um evento acontecido ou alguém que morreu, exemplificando o Memorial JK, em Brasília.

“O arroz é vivo e em desenvolvimento. Dizer que esta ideia é um memorial é anticultural. Quero deixar claro que não sou contra o memorial, mas sim ao uso da palavra. Era só ir ao dicionário e ver o seu significado. Fico triste de ver a comunidade aplaudindo uma proposta que tem um nome errado”, lamenta. Quanto a sua ideia de criar em Cachoeira um museu do arroz, Padilha garante que a iniciativa não morreu. Ele confirma que não terá a mesma facilidade e que, certamente, outras cidades já têm ideias semelhantes, mas acredita que ainda é possível viabilizá-la um dia.

Uma ideia para garantir o reencontro com o passado

O presidente do Irga, Cláudio Fernando Brayer Pereira, instituição que cederá a área por pelo menos 10 anos, ressaltou que a ideia da construção do Memorial Nacional do Arroz é uma forma de reencontrar o passado e garantir isso para o futuro. “A valorização local da iniciativa reforça que o produto se identifica com a comunidade. E ver que foi a comunidade que teve a iniciativa de criá-lo mostra que a ideia não vai morrer”, acredita o presidente.

Pereira comentou ainda que a criação do Memorial Nacional do Arroz em Cachoeira não interfere na ideia antiga do Irga em construir um museu em Cachoeirinha, cidade onde hoje está o Centro de Pesquisas Orizícola do Rio Grande do Sul. No entanto, a proposta não é algo pulsante dentro do instituto. “O local em Cachoeirinha é bastante isolado e poucas pessoas vão até lá atualmente. Mas o memorial não invalida a proposta anterior. Lá, ele pode ter outro sentido, mostrando a história da pesquisa e estatísticas”, exemplifica.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter