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Tocantins: crescimento e busca de variedades mais resistentes às doenças

Cresce a produção de arroz em Tocantins para a safra 2004/2005.

A lavoura de arroz do estado do Tocantins está consolidando um dos maiores crescimentos em área e produção da safra 2004/2005 no Brasil. Um salto de 7%, segundo dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Dos 165,7 mil hectares cultivados na safra anterior, os produtores pularam para 177,3 mil hectares, devendo produzir 453,9 mil toneladas do cereal. O crescimento da área para esta safra se deve a um conjunto de fatores como a expectativa de recuperação de preços na região, aumento da capacidade de industrialização do Tocantins com a instalação de novas indústrias em Lagoa da Confusão e às boas condições climáticas. A produtividade deve se manter num patamar próximo das 2.560 toneladas obtidas em 2004. 

A maior parte das áreas de produção de arroz do Tocantins está localizada na região de Formoso do Araguaia. Dueré, Lagoa da Confusão e Gurupi estão entre os outros municípios de forte representatividade na orizicultura tocantinense. O pesquisador Alberto Baeta, da Embrapa Arroz e Feijão, explica que no Tocantins seria possível produzir arroz o ano todo se houvesse boa disponibilidade de água. “As barragens são utilizadas também para atender às culturas de entressafra, como soja para semente, melancia, feijão e outros. Daí, os reservatórios precisam se recompor para a safra de arroz que começa em outubro”, explica. 

Como o cultivo irrigado predomina em mais de 70% da área arrozeira do Tocantins, o plantio é feito na época das chuvas. “Mesmo que o plantio seja realizado no seco, em seguida o solo fica saturado pelas chuvas”, explica Baeta. O arroz de terras altas é mais utilizado em áreas novas, ainda não sistematizadas e de maior dificuldade para o manejo da água. Além dos recursos hídricos, outro limitante para a expansão mais efetiva da orizicultura no Tocantins é a alta incidência de brusone, uma doença fúngica de alto poder destrutivo. “As condições de clima, com altas temperaturas e umidade do ar, criam o ambiente propício para que a doença se estabeleça”, explica o também pesquisador da Embrapa Paulo Hideo Rangel. Por isso, as variedades levadas do Sul para o Tocantins apresentam problemas por serem menos resistentes à doença.

Questão básica
O grande desafio da pesquisa e melhoramento de arroz no Centro-oeste é a geração de cultivares resistentes à brusone. A doença fúngica é o maior limitante da cultura no Mato Grosso, no Tocantins, em Goiás e em Minas Gerais. Os gastos com defensivos chegam a representar 18% do custo de produção. Atualmente, duas variedades da Embrapa ainda resistem bravamente: BRS Jaburu e BRS Biguá.

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