Em esquema de rotação de plantio, soja amplia a produtividade do arroz
As lavouras de arroz plantadas em cima de áreas cultivadas com a oleaginosa no ano anterior chegam a ter um aumento de 15% na produtividade.
— O monocultivo do arroz fechou um ciclo. Se existem outras alternativas para essas áreas, como soja, pecuária e até mesmo milho, é preciso diversificar para ficar menos vulnerável e conseguir maior competitividade — ressalta o pós-doutor na área de arroz Enio Marchesan, professor do Departamento de Fitotecnia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
Para Marchesan, a grande evolução ocorreu no momento em que os arrozeiros perceberam que com tecnologia e manejo do solo adequado é viável investir em outras culturas nas áreas de várzea — com ganhos consideráveis nos rendimentos.
— Na rotação, o produtor consegue reduzir a incidência de arroz vermelho e melhorar a estrutura do solo — destaca o professor.
As lavouras de arroz plantadas em cima de áreas cultivadas com soja no ano anterior chegam a ter um aumento de 15% na produtividade, conforme dados do Intituto Rio Grandense do Arroz (Irga).
— Além dos benefícios da integração, com fixação de nitrogênio e redução de ervas daninhas, a rotação com a soja representa uma alternativa de renda para os arrozeiros — completa Henrique Dornelles, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz-RS).
Não é em todas as regiões do Estado que a rotação do arroz com a soja tem alcançado bons resultados. Em solos com teor alto de argila e clima com períodos de estiagem maior, como Uruguaiana, Quaraí e Alegrete, o cultivo da oleaginosa é mais complexo. A dobradinha vem agradando os produtores em municípios do Sul, como Santa Vitória do Palmar, Mostardas e Camaquã, e da região Central, como Restiga Seca e Agudo.