Em pronunciamento no Senado, Ana Amélia pede apoio aos produtores de arroz

Senadora Ana Amélia relatou a concorrência desleal dos produtores brasileiros com países do Mercosul, como Uruguai e Argentina, nesta sexta-feira (25)
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A necessidade de apoio à produção e comercialização do arroz, produto básico da cesta dos brasileiros, foi destacada pela Senadora Ana Amélia (PP/RS) em discurso na manhã desta sexta-feira (25), no Plenário da Casa. De acordo com a progressista, a atividade sofre com a concorrência de países do Mercosul como Uruguai e Argentina.

– O governo brasileiro facilita as importações de arroz, porque praticamente a Argentina e o Uruguai não consomem arroz, e são grandes produtores – salientou. Ana Amélia lembrou que o Brasil importou num período recente 1,1 milhão de toneladas de arroz desses países do Mercosul.

Segundo a senadora, o custo médio da lavoura do produto por hectare chega a US$ 2,3 mil no Brasil, enquanto no Uruguai esse mesmo custo equivale a US$ 1,6 mil por hectare e, na Argentina, a US$ 1,4 mil, por hectare. “No caso do óleo diesel, apenas para exemplificar outro dado, o custo do litro equivale a R$ 1,69. Já aqui no Brasil, o preço em São Borja, uma das zonas produtoras de arroz, é de R$ 2,10 o litro”, exemplificou.

Dentre as razões para o valor mais alto no país, Ana Amélia destacou os elevados custos tributários. A progressista citou outros exemplos, como o trator produzido no Rio Grande do Sul e comercializado no Uruguai a R$ 107 mil, enquanto no Brasil, a mesma máquina custa R$ 170 mil. “O custo aqui no Brasil para o produtor, já penalizado por questões de logística e por outras dificuldades, é 58,8% mais caro do que no país concorrente. Na Argentina, uma colheitadeira brasileira custa R$ 230 mil. Já no Brasil, o valor é de R$ 299 mil, 30% a mais”, comparou.

Preço do Arroz

Ana Amélia acrescentou que, enquanto nas principais capitais do país, conforme estudo feito pelo Dieese, o preço do arroz nas prateleiras dos supermercados aumentou em até 9,6%, como em Goiânia, porém, o valor pago ao produtor no período caiu 22,79%, conforme pesquisa da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq).

A Senadora acrescentou que essas circunstâncias são agravadas, muitas vezes, por surpresas recebidas pelos produtores rurais. A progressista informou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) suspendeu temporariamente o Programa de Sustentação de Investimento (PSI), que destina verba para o financiamento de máquinas e equipamentos e caminhões, o que comprometeria o planejamento dos produtores rurais. “Essa insegurança é mais um dos dramas e preocupações dos produtores rurais do nosso país, não só dos produtores de arroz” assinalou.

Medidas

Ana Amélia lembrou da audiência realizada durante a semana por parlamentares gaúchos e arrozeiros, no Ministério da Fazenda, visando cobrar alternativas para a comercialização da safra de arroz 2010/2011, quando foi feita a promessa pelo secretário executivo, Nelson Barbosa, de que seriam anunciadas medidas até sábado (26). “Ontem, a Presidenta Dilma Roussef cumpriu as promessas. O Governador Tarso Genro anunciou que a decisão foi de conceder um prazo de 180 dias a partir do vencimento da dívida das operações de EGF. Nesse caso, para ter direito à prorrogação, os produtores deverão pagar 20% do saldo devedor do financiamento”, informou.

A Senadora ainda considerou positivo o anúncio de que a partir de 1º de março, também terá início a realização de leilões para escoamento e aquisição direta de 1,78 milhão de toneladas de grãos. No caso do arroz, essa medida vai beneficiar certamente os produtores em relação à comercialização e à queda dos preços. “É salutar saber que, com senso de oportunidade e responsabilidade, cumprindo a palavra e a promessa assegurada com os produtores de arroz, a Presidenta Dilma Roussef tenha anunciado ao Governo aquilo que a bancada gaúcha intensamente se dedicou ao longo da semana para conseguir”, observou.

Colheita do Arroz

Ana Amélia informou mais uma vez que vai participar, neste sábado (26), da 21ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, em Camaquã, na zona sul do Rio Grande do Sul. “A importância deste evento pode ser medida pela presença da lavoura de arroz na economia do meu estado. São, em números financeiros, R$ 4 bilhões, apenas para essa lavoura, envolvendo 230 mil pessoas com empregos diretos ou indiretos”, explicou.

Código Florestal

Ainda durante o pronunciamento, a senadora Ana Amélia voltou a defender a aprovação do novo Código Florestal. Lembrou que os produtores rurais brasileiros sofrem com a insegurança jurídica pela demora na aprovação da proposição que tramita na Câmara dos Deputados. “Esse é um desafio importante para dar segurança e tranquilidade jurídica aos produtores”, argumentou.

1 Comentário

  • Vamos minha gente,vamos juntos com força nessa batalha, pois so assim consiguiremos melhores preços p/ o nosso arroz ,porque se não subir o preço como vamos saldar nossas dividas e o que vamos dar de comer aos nossos filhos, EM SENHORA PRESIDENTA DILMA ROUSEFF?

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