Emater projeta colheita de 7,87 milhões de toneladas de arroz no Rio Grande do Sul
(Por Emater/RS) O desenvolvimento da cultura do arroz tem sido favorecido pela alta radiação solar no Rio Grande do Sul, segundo a Emater/RS – Ascar, principalmente na fase reprodutiva. A colheita já começou em alguns municípios da Fronteira Oeste, em pequenas áreas plantadas no cedo, casos dos municípios de Quaraí e Itaqui. Segundo o Instituto Rio Grandense de Arroz (IRGA), a área implantada é de 927.885 hectares de arroz irrigado. A Emater/RS-Ascar estima produtividade inicial de 8.478 kg/ha, o que soma 7,866 milhões de toneladas de arroz em casca. Os números ficam abaixo da projeção inicial realizada pela Conab, que gerou muita polêmica nas últimas semanas. Chama a atenção, também, que o arroz vive momento inverso ao das culturas de sequeiro no Rio Grande do Sul, uma vez que houve boa reservação de água durante o inverno/primavera, para a irrigação, o que não ocorre com os cultivos de coxilha, como milho e soja.
Segundo o levantamento semanal da Emater-RS, na região administrativa de Bagé, na Campanha, as condições ambientais foram propícias para as lavouras arrozeiras expressarem seu potencial produtivo, salvo algumas áreas afetadas por baixas temperaturas, que, além de atrasarem o desenvolvimento das plantas, podem comprometer a quantidade de grãos por panícula. Os produtores relatam demora para estabelecer a irrigação das últimas lavouras implantadas em razão de o solo estar muito seco. Nas áreas com irrigação plenamente estabelecida, tem ocorrido consumo significativo de água devido à elevada demanda evapotranspirativa. Alguns produtores estão elevando a altura da lâmina de irrigação para que o efeito termorregulador da água seja atingido como forma de mitigação dos impactos negativos das baixas temperaturas, o que também implica em maior taxa de consumo das reservas hídricas das propriedades.
Em Maçambará, 20% das lavouras estão em fase de floração e 15% em início de enchimento dos grãos. Em algumas lavouras, são observados sintomas de déficit hídrico relacionados a falhas no manejo da irrigação, potencializadas pelo período de estiagem. Em São Gabriel, em função das restrições de acesso às lavouras, ocasionadas pelo excesso de umidade, as primeiras áreas foram implantadas no sistema pré-germinado em outubro. O estabelecimento dessas áreas no melhor período está refletindo no desenvolvimento das plantas, que apresentam excelente potencial produtivo. O tempo seco vem beneficiando a sanidade das lavouras na Campanha e Fronteira Oeste.
Na região de Pelotas, os cultivos estão em desenvolvimento, favorecidos pelas condições climáticas. Estão 3% das lavouras em floração. Continua o manejo da irrigação e a aplicação de adubação em cobertura.
Na regional de Santa Maria, a semeadura do arroz sofreu atrasos em decorrência das enchentes de maio de 2024, que destruíram maquinário, sistemas de secagem e armazenagem de grãos, além de taipas e quadros utilizados na irrigação de lavouras próximas a rios, levando ao abandono de algumas áreas ou sua condução para outras culturas, como soja.
O manejo de solos dessas áreas afetadas também tem sido desafiador para os agricultores. Estão 80% das lavouras em desenvolvimento vegetativo, 17% em floração e 3% em enchimento de grãos. No período, a falta de precipitações prejudicou as atividades de manejo da irrigação por inundação na região, diminuindo a disponibilidade de água dos mananciais, de açudes e das estruturas de armazenamento. O nível de água dos rios Melo, Soturno e Jacuí expressa claramente a situação de restrição hídrica vivida na região.
Na região administrativa da Emater/RS de Santa Rosa, a continuidade do tempo seco demandou dos agricultores o manejo do uso da irrigação nas lavouras para evitar o desperdício de água. As áreas ainda estão em estádio vegetativo, mas a evolução para a formação das primeiras panículas deve ocorrer na terceira semana de janeiro.
Já na regional de Soledade, a elevada radiação solar e as temperaturas diurnas de até 30 °C, associadas à irrigação, continuaram a beneficiar os cultivos. O potencial produtivo está alto. Iniciou a fase de enchimento de grãos em 1% das lavouras, e 14% estão em florescimento. É realizada a adubação nitrogenada em cobertura e o manejo da irrigação. Está em finalização o controle de plantas invasoras em PoE – pós-emergência –, com vários relatos de dificuldade de controle sobretudo de chapéu-de-couro (planta de banhado).
O valor médio, de acordo com o levantamento semanal de preços da Emater/RS-Ascar no Estado, aumentou 0,60%, quando comparado à semana anterior, passando de R$ 98,28 para R$ 98,87.