Emboscada ao vermelho
Rotação ataca inimigo das lavouras gaúchas
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O arroz vermelho e considerado o câncer da lavoura arrozeira gaúcha pelos efeitos danosos que vão desde a redução da produtividade, depreciação do produto final, dificuldade de controle até a extensão e alto grau de infestação das áreas cultivadas. A invasora ainda causa a elevação do custo de produção e deprecia o valor comercial das áreas plantadas com arroz, segundo dados do Irga.
A infestação, segundo o mais recente trabalho de levantamento realizado pelo Irga, chega a 15% da lavoura gaúcha, mas na última safra os técnicos já aceitam dizer que o índice foi maior. As perdas diretas são significativas. A cada sete anos se perde uma safra e anualmente o Estado do Rio Grande do Sul deixa de arrecadar mais de 32 milhões de dólares em ICMS.
Para reduzir em parte estes prejuízos e aumentar o controle da praga, as entidades de pesquisa estão recomendando aos produtores a adoção da rotação da cultura do arroz com soja e sorgo associada ao uso de herbicidas graminicidas ou de reguladores de crescimento. Esta é uma alternativa muito utilizada em vários países para o controle do arroz vermelho.
No Rio Grande do Sul, porém, só agora a técnica começa a ser adotada em maior escala. Até agora o seu uso estava restrito aos campos expermentais e a alguns poucos produtores devido as más condições de drenagem da lavoura orizícola e a pouca adaptabilidade dos genótipos de soja, sorgo, milho e de outras culturas ao excesso de umidade dos solos de várzeas.
Informação básica
Segundo explicou o especialista da Embrapa Algenor Gomes, a rotação é um dos métodos culturais mais eficientes para o controle do arroz vermelho. "Com dois a três anos do cultivo em rotação com o milho é possível reduzir de dois mil para 10 a 15 grãos numa área de metro quadrado por 15 centímetros de profundidade, segundo confirmam as experiências já realizadas", garantiu. Os resultados com o sorgo se assemelham, também provocando uma redução significativa no banco de sementes. Uma semente de arroz vermelho pode ficar até 30 anos em dormência.