Embrapa apresenta cultivar apropriada para terras altas

O nome não poderia ser mais apropriado: BRS Colosso. Trata-se da nova cultivar de arroz desenvolvida pela Embrapa Arroz e Feijão que apresenta elevado índice de produtividade e maior volume de grãos inteiros no beneficiamento.

O nome não poderia ser mais apropriado: BRS Colosso. Trata-se da nova cultivar de arroz desenvolvida pela Embrapa Arroz e Feijão que apresenta elevado índice de produtividade e maior volume de grãos inteiros no beneficiamento. O novo material, que acaba de ser lançado, faz parte das comemorações do Ano Internacional do Arroz (2004), instituído pela Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

De acordo com o melhorista Emílio da Maia de Castro, pesquisador da Embrapa Arroz e Feijão, a BRS Colosso é, na realidade, a cultivar mais rentável desenvolvida pela empresa até o momento, para plantios em terras altas. Com a vantagem de se adaptar aos mais diversos ambientes, pode ser plantada na Região Sudeste (Minas Gerais), no Centro-Oeste (Goiás e Mato Grosso) e na Região Meio-Norte (Maranhão e Piauí). As sementes já estão disponíveis para cultivos comerciais na próxima safra de verão.

Emílio da Maia de Castro explica que a BRS Colosso é o tipo de material que agrada a todos os elos da cadeia produtiva: aos agricultores, por apresentar alta produtividade (média de 3,6 mil kg/ha), significando, portanto, maior possibilidade de ganhos com a cultura; às indústrias, que terão à sua disposição um produto que se destaca pelo elevado rendimento de grãos inteiros. Além do alto potencial de rendimento industrial, a BRS Colosso apresenta significativa capacidade de manter estável suas qualidades, mesmo em situações adversas na fase de colheita.

Os comerciantes também terão vantagens porque vão poder ofertar um produto enquadrado na classe longo-fino, com grãos íntegros, translúcidos e homogêneos. Essas características terminam por agradar também aos consumidores, que levarão para a mesa um produto com visual diferenciado, antes e após o cozimento.

Mesmo o grão recém-colhido comporta-se bem na panela, não empapando como ocorre com freqüência nesses casos. Ao ser cozido, permanece solto e macio, mesmo se reaquecido. Para Emílio da Maia de Castro, com essas novas características de arroz desenvolvidas pela Embrapa, será possível aumentar a produção em terras altas e ampliar a oferta do grão ao mercado.

PESQUISA

Desde que tiveram início os primeiros testes para se chegar à esse novo material foram necessários pelo menos oito anos de pesquisa em campo. A BRS Colosso é oriunda do cruzamento entre a cultivar Kaybonnet (de origem americana) com a brasileira Aimoré. A primeira é indicada para plantio irrigado no Texas (EUA), de alta qualidade industrial e culinária. Já a Aimoré é uma cultivar de arroz de terras altas, muito rústica, superprecoce, indicada para agricultura de subsistência.

Como linhagem fixada, o material que deu origem à BRS Colosso foi avaliado em experimentos de campo, pela primeira vez, em 1997/1998. O pesquisador Emílio da Maia explica que o tempo entre a realização do cruzamento (1995) e a obtenção da linhagem fixada foi rápido em função da utilização do método de cultura de anteras in vitro, o que acelerou o processo.

Nos anos seguintes, foram realizados ensaios em 1998/99 (observação em rede nacional); 1999/2000 (ensaio comparativo preliminar, em rede nacional); e de 2000 a 2003 (ensaios de avaliação do valor de cultivo e uso, conduzidos em rede nacional). Adicionalmente, a linhagem passou por testes específicos de resistência a doenças e pragas e de avaliação de sua qualidade culinária e industrial e ainda pelo programa de produção de semente genética.

O melhorista argumenta que um outro fator importante da nova cultivar é a estabilidade de produção em todas as regiões testadas (vários pontos do País onde é feito o cultivo de arroz de terras altas), mesmo em condições climáticas adversas. Conforme Emílio da Maia, a pesquisa tem feito sua parte, dando respostas às demandas dos segmentos produtivos e contribuindo para ampliar a oferta de alimentos para a população.

PARA SABER MAIS

Saibamais sobre a BRS Colosso

A altura média das plantas é de 102 centímetros

A panícula (cacho) mede em média 24,1 centímetros

O tempo do plantio até a floração é de 77 dias

A duração do ciclo total da planta chega a 110 dias

No beneficiamento obtém-se 64% de rendimento de grãos inteiros e 71% de rendimento total

O produto é do tipo longo-fino, com grãos íntegros e homogêneos

A lavoura é resistente ao acamamento

A colheita deve ocorrer entre 32 e 39 dias após o florescimento, com teor de umidade dos grãos em torno de 20%

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